A vereadora Edna Sampaio (PT) disse que a vacinação contra a Covid-19 na Capital tem sido conduzida de maneira pouco transparente e, por conta disso, a população se sente estimulada a furar a fila da imunização. O apontamento da parlamentar foi feito ao Jornal da CBN Cuiabá na manhã desta segunda-feira (08).
“A ausência de transparência na condução da vacinação gera não só o fura-fila como uma disseminada incerteza da população sobre quando vai se vacinar. Então, como ela não sabe, porque não há uma informação clara e objetiva para que ela possa aguardar a sua vez, a falta de transparência estimula o egoísmo, o individualismo o ‘salve-se quem puder’”, declarou Edna Sampaio.
As declarações da parlamentar foram feitas após diversas denúncias de casos de desrespeito aos grupos prioritários da vacinação. Neste momento, tanto Mato Grosso quanto Cuiabá estão no processo de imunização de profissionais da saúde, que compõem o setor emergencial de imunização, sobretudo, por conta do contato direto com o coronavírus.
À reportagem, a vereadora apontou ter recebido denúncias quase que diárias de descumprimento da ordem de vacinação. Além disso, ela afirmou que já chegou ao seu conhecimento caso em que profissionais da limpeza de hospitais – que também foram classificados como grupo de risco – não teriam recebido o imunizante, enquanto que pessoas que trabalham em clínicas de estética teriam sido vacinadas.
A parlamentar também reforçou a necessidade de o Executivo lidar com os entraves oriundos da vacinação. Para a vereadora, a proximidade de outras esferas de poder na condução da imunização, ainda que regulatórias, pode representar uma sobreposição das funções caras à gestão pública.
“Eu sou da perspectiva que a gestão pública ela precisa ter capacidade de conduzir as políticas públicas. Quando se tem que chamar o Judiciário ou o Ministério Público para judicializar uma ação do poder pública significa que vai fazer um atravessamento do que é do Executivo”, disparou a vereadora.
Além da crítica ao Executivo, a vereadora também teceu apontamentos sobre a atuação do Legislativo municipal no que diz respeito à pandemia. A parlamentar lembrou que a prefeitura de Cuiabá editou 30 novos decretos relativos à situação de crise sanitária, enquanto a Câmara Municipal não teria estabelecido nenhuma normativa, ficando ausente no papel fiscalizatório.