Dono de uma das mais tradicionais peixarias de Mato Grosso, o empresário Lélis Fonseca criticou a forma como tem sido conduzida a fiscalização da prefeitura de Cuiabá nos estabelecimentos que têm promovido aglomerações em meio à pandemia.
Para o empresário, o valor das multas que têm sido aplicadas é “irrisório” e pode estimular que estabelecimentos desobedeçam as normas.
Ao Jornal da CBN Cuiabá, na manhã desta sexta-feira (12), o empresário lembrou casos de boates da Capital multadas em mais de uma ocasião e que, mesmo assim, continuam a infringir as determinações. Para ele, a atitude de recorrente desobediência é resultado do baixo valor da multa, associado a falhas na fiscalização.
“Uma boate em Cuiabá já foi multada três vezes, com uma multa de R$ 671. Uma multa dessas para uma boate que trabalha com público de poder aquisitivo padrão A é irrisória. Aí a segunda vez leva uma multa no mesmo valor, na terceira vez também”, disse.
“Sabe o que o proprietário falou? Pode vir todo dia dar multa. O problema é que, quem vai ‘pagar o pato’ depois são restaurantes sérios, que estão trabalhando dentro da capacidade, segurando funcionários para não demitir”, reiterou.
O empresário citou também a insegurança vivida pela classe de empresários da Capital, que temem a implantação de medidas rígidas para combater a pandemia similares às decretadas no último ano. Em 2020, diversos estabelecimentos comerciais ficaram meses de portas fechadas após determinação via decretos municipais.
“O pessoal está apavorado. Nossa classe não aguenta outro lockdown desses. Grandes restaurantes de amigos meus fecharam. Fico indignado de ver, atrás do meu restaurante chega a ter aglomerações de até três mil pessoas, já fiz mais de dez denúncias sobre isso. Infelizmente nada é feito”, apontou o empresário.
