O presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Antônio César, disse que o governador Mauro Mendes (DEM) tem empurrado responsabilidades diante da pandemia da Covid-19 para evitar desgaste político.
Ao Jornal da CBN Cuiabá, na manhã desta quarta-feira (24), o presidente afirmou que Mauro não precisaria do apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para aprovar medida mais rígida, uma vez que tem “discricionaridade para isso”.
As afirmações de Antônio César foram feitas após a ALMT reprovar o projeto de lei do Estado que previa criação de um “feriadão” de dez dias em Mato Grosso como forma de conter o avanço da Covid-19.
Para o presidente, a postura adotada pelo Estado de delegar projeto mais rígido contra a Covid-19 para outra instância demonstra a tentativa de empurrar responsabilidades na intenção de evitar as pressões da classe empresarial- com foco na disputa de 2022.
“O Executivo tem autonomia para essa decisão, ele não precisa cumprir uma medida judicial tampouco precisa do Parlamento dizer para ele. Na verdade, há um empurra para ver quem responde às pressões do empresariado”, disse o presidente.
“O isolamento social significado baixo consumo, que significa baixa produção e deixa comprometido. Eu vejo que o Estado protela e cede a pressões”, reiterou.
Representante da categoria mais atingida pela Covid-19, com 13,7% dos infectados em 2020, Antônio argumenta que a condução da pandemia pelo Executivo não tem favorecido a população, mas, sim, a grupos que o governador representa.
“Ele pode editar decretos. Faz decretos para tantas outras coisas e não pode fazer para isso? O problema talvez é que ele quer compartilhar responsabilidades das pressões que ele vai receber e não assumir diretamente no Executivo a decisão”, finalizou.
