Ramira Gomes da Silva, 22 anos, confessou à Polícia Civil de Sorriso (420 km de Cuiabá) que matou seu filho, o bebê Brian, de quatro meses. Em depoimento, a mulher afirmou que esquartejou a criança na pia da cozinha e posteriormente jogou os membros arrancados na lixeira.
Conforme noticiado pela reportagem, o corpo do bebê foi encontrado no último dia 17, enterrado próximo a um tanque no quintal da casa da mulher. Na ocasião, apenas parte do corpo da criança estava no local, uma vez que os pés e mãos da criança foram amputados.
Após a localização do corpo, a polícia deu início às buscas pela mãe da criança, que foi localizada e presa em Porto Velho (RO), onde tentava embarcar para o estado do Amazonas.
A mulher então prestou depoimento à polícia de Rondônia e posteriormente foi submetida a novo interrogatório aqui em Mato Grosso. No depoimento, a mulher afirmou que matou a criança para não ter problemas no atual relacionamento.
Crueldade
O bebê foi morto na sexta-feira, 14 de maio, por volta das duas horas da madrugada. Em depoimento ao delegado José Getúlio, nesta segunda-feira (24), a mulher confessou que matou o filho sufocando-o enquanto ele dormia em um carrinho de bebê.
Ela contou que fez uma primeira tentativa pressionando um travesseiro contra a cabeça do pequeno para asfixia-lo, mas depois de um minuto notou que ele estava vivo, respirava e chorava.
Ainda de acordo com o depoimento, a investigada relatou que fez novamente o mesmo movimento para asfixiar o bebê, pressionando o travesseiro com mais força sobre a cabeça por aproximadamente três minutos e que não ouviu nenhum barulho, pois alegou que estava agitada com a situação.
Após esse tempo, ela o pegou no colo e constatou que ele não estava respirando e não tinha nenhum outro movimento. Depois de ir ao banheiro, ela pegou o corpo do bebê e o colocou na pia da cozinha, onde cortou braços e pernas, a fim de facilitar a ocultação do cadáver.
Em seguida, colocou os membros do filho dentro de duas latas de bebida láctea, embalou-as em sacos de lixo e depositou na lixeira. O restante do corpo do bebê, ela levou até o buraco e depois cobriu com o restante da terra que estava solta, cavou mais um pouco de terra e terminou de encher o lugar.
Ela conta que lavou a pia com um produto para limpar panelas e que jogou fora a roupa que usava no momento em que cometeu o crime, não se recordando se o vestido ficou sujo de sangue. Todo o ato criminoso, ela informou que terminou ao amanhecer do dia.
Ainda conforme o depoimento prestado ao delegado responsável pelo inquérito, a investigada disse que por volta das 10h da sexta-feira, ele foi a um supermercado onde comprou produtos como bicarbonato de sódio, álcool e água sanitária, que usou para terminar de limpar a cozinha. Depois disso, ela descansou na varanda da casa e à tarde foi ao dentista, seguindo depois para a rodoviária, onde consultou horários de ônibus.
Fuga
De volta à casa no bairro Benjamin Raiser, a investigada relatou que terminou de arrumar a mala, tomou banho e foi, por volta da meia noite, para a rodoviária, onde comprou uma passagem para Cuiabá.
Na Capital, ela chegou no sábado de manhã e conseguiu comprar outra passagem, desta vez para Porto Velho, embarcando por volta das 10h. No domingo à tarde, chegou à capital de Rondônia.
Ela dormiu na rodoviária e na manhã da segunda-feira, 17 de maio, comprou uma passagem de barco a fim de seguir até Manaus. Ainda na segunda-feira, ela informou que recebeu mensagem de uma familiar pedindo explicações e falando que a Polícia Civil havia localizado o corpo do bebê. Em seguida, ela foi para a barca, permanecendo no local até o momento em que foi presa, na manhã da terça-feira, por policiais civis de Porto Velho.
A mulher alegou que matou a criança para seguir com um relacionamento. A investigada tem outra criança, de dois anos, que é criada pelos avós paternos. Natural do estado do Acre, ela morava em Sorriso desde fevereiro deste ano.
O delegado José Getúlio concluiu o inquérito nesta terça-feira, com o indiciamento da investigada por homicídio qualificado (meio cruel, motivo torpe, asfixia e impossibilidade de defesa da vítima) e ocultação de cadáver. A Polícia Civil segue a investigação para apurar se há envolvimento de terceiros no crime.