Presidente da Comissão Temática da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) secção Mato Grosso, a doutora Clarissa Lopes apontou que o principal fator que mantém mulheres vítimas de violência presas em relacionamentos abusivos é a dependência psicológica.
Durante entrevista ao Jornal da CBN Cuiabá, na manhã desta terça-feira (13), a advogada afirmou que em muitos casos as mulheres querem se ver livres das situações de violência, mas têm receio de procurar as forças de segurança.
“A questão da denúncia às vezes ainda é um grande obstáculo para as mulheres, porque elas querem que a situação acabe sem necessariamente passar pelo processo. E o nosso esforço é para que ela denuncie, porque senão o fizer nós nunca vamos saber o que está acontecendo na sociedade”, apontou a advogada.
À reportagem, ela apontou que, em relacionamentos abusivos, os companheiros manipulam as situações a fim de sempre deixarem as vítimas em uma posição diminuída.
Para combater esse cenário, a advogada apontou que a educação ainda é uma das ferramentas práticas. “A gente aposta na educação, sobretudo nas escolas para levar esse conhecimento para as crianças, mas com todo o cuidado, porque muitas vezes elas estão vendo essa situação ocorrendo em casa”, apontou.
Ao falar sobre os dados de feminicídios registrados em Mato Grosso, a presidente da Comissão da Mulher apontou que em nenhuma das ocorrências registradas no último ano as vítimas chegaram a registrar boletim de ocorrência contra os agressores.
“Por isso, destacamos sempre para a necessidade da denúncia. Porque a partir do momento em que ela faz a denúncia e faz o pedido da medida protetiva, a chance de ela sofrer nova violência ou até mesmo morrer é quase 0”, afirmou.
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