sábado, 14 de dezembro de 2024
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Mais um membro de organização que roubava cargas é preso; 16 são indiciados

Esta é a nona prisão preventiva cumprida contra os “Piratas da Soja” investigados pela Polícia Civil de Mato Grosso

Mais um dos integrantes da organização criminosa envolvida em furtos e roubos de cargas de grãos em Mato Grosso foi preso na segunda-feira (12), no interior do Paraná. Ao todo, 16 pessoas foram indiciadas no inquérito policial.

Esta é a nona prisão preventiva cumprida contra os “Piratas da Soja” investigados pela Polícia Civil de Mato Grosso por constituir um esquema criminoso envolvendo uma empresa de transportes sediada no interior de São Paulo e utilizada para a prática dos crimes.

Os líderes da organização criminosa foram presos durante a Operação Safra, deflagrada na última semana pela Delegacia de Paranatinga e Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), para cumprimentos de ordens judiciais decretadas pela 1a Vara Criminal de Paranatinga, em investigação que apura o roubo e furto de cargas de grãos praticados no estado e em outras unidades da federação.

O nono alvo da operação foi preso com apoio da Polícia Civil do Paraná. A Polícia Civil de Paranatinga repassou informações à Delegacia de Porecatu, no norte paranaense, sobre o alvo da operação, que foi localizado na cidade de Florestópolis, na mesma região.

Segundo o delegado Hugo Abdon, o alvo preso nesta segunda-feira é considerado de extrema periculosidade, com registros de crimes praticados em Mato Grosso, Goiás e São Paulo. “Durante a investigação, os policiais civis conseguiram informações de que ele cometeu um roubo à mão armada com restrição da liberdade da vítima, em Maracaí, no interior de São Paulo”, explicou o delegado.

As investigações que deram origem à Operação Safra foram realizadas pelas Delegacias de Paranatinga e de Sorriso, que apuraram o desvio e furtos de cargas de soja ocorridos no mês de março deste ano. O inquérito da de Paranatinga foi concluído e os 16 membros da quadrilha indiciados pelos crimes de organização criminosa, furto mediante fraude e furto qualificado pelo concurso de pessoas. “O apoio da Promotoria Criminal e do Judiciário foram importantes para chegarmos aos resultados da operação”, avaliou o delegado.

Crimes em outros estados

A partir do furto de duas cargas de soja ocorridos em março deste ano em Paranatinga e em Sorriso e Ipiranga do Norte, a Polícia Civil chegou a diversos crimes praticados pelos integrantes do grupo em outros estados da federação. Com base na investigação efetuada, a Polícia Civil compartilhou informações com as delegacias de Cristalina, em Goiás, e Maracaí e Assis, no interior paulista, sobre a atuação de membros da organização criminosa nessas cidades.

Durante o cumprimento dos mandados judiciais em cidades do interior de São Paulo, na semana passada, os policiais apreenderam diversos aparelhos eletroeletrônicos, entre ele celulares, computadores e notebooks que serão analisados. “A partir dessa análise dos materiais, a Polícia Civil terá mais elementos para identificar os receptadores das cargas furtadas e roubadas”, apontou o delegado Hugo Abdon.

Organização criminosa

O grupo que atuava no roubo e furtos de cargas de grãos no estado e foi preso na última semana pela Polícia Civil de Mato Grosso no interior de São Paulo movimentou, aproximadamente, R$ 6 milhões com o esquema criminoso praticado em território mato-grossense e em outras unidades da federação.

Os cabeças da organização criminosa e donos da transportadora envolvida nos roubos e furtos foram presos durante os cumprimentos de mandados da Operação Safra. O homem de 35 anos e a a mulher dele, de 37 anos, foram presos na cidade de Irati (PR), quando tentavam fugir do interior de São Paulo para a região sul do País.

As outras prisões foram cumpridas nas cidades de Ponta Grossa (PR), Avaré, Assis e Garça (SP), além de mandados de busca e apreensão cumpridos no interior paulista. Na sede da transportadora usada pelo casal que liderava o esquema criminoso, em Assis, foram aprendidos quatro caminhões e seis carretas, e a empresa foi fechada.

As cargas de grãos, principalmente soja, eram desviadas ou furtadas de fazendas produtoras ou armazéns graneleiros, onde os criminosos agiam utilizando notas fiscais frias para a retirada dos produtos. Depois que revendiam as cargas, ainda dentro de Mato Grosso, saíam do estado com o dinheiro obtido no esquema, agindo como ‘piratas’, conforme apurou a investigação que reuniu ocorrências registradas em 40 boletins comunicados à Polícia Civil de Mato Grosso.

A quadrilha utilizava-se das mais variadas fraudes, aproveitando-se falhas no sistema de controle das fazendas e das transportadoras contratantes. Depois de praticarem os furtos, voltavam à cidade de Assis levando os valores em dinheiro.

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