Os tios de uma menina de dois anos e sete meses, que morreu nesta segunda-feira (8), em uma unidade de saúde em Várzea Grande, em decorrência de traumatismo cranioencefálico, passam a responder pelo crime de homicídio qualificado, em inquérito que tramita na Delegacia da Polícia Civil em Poconé, além de outros três crimes.
A criança deu entrada na Unidade Pronto-atendimento de Poconé na última quinta-feira (4), vítima de maus-tratos e lesão corporal e, diante da gravidade foi transferida ao Pronto-socorro de Várzea Grande, onde teve o óbito confirmado no início da manhã desta segunda-feira. O corpo foi liberado pela equipe plantonista da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O casal, que detinha a guarda provisória da criança, foi preso em flagrante no dia 04 de novembro, após comparecer à delegacia. A Polícia Civil foi acionada pelo Conselho Tutelar de Poconé depois que a criança foi levada a uma unidade de pronto-atendimento da cidade pela tia, com diversas lesões. A mulher relatou que encontrou a criança desacordada ao lado da cama. Por volta das 06h30 da quinta-feira, ela deu banho na menina e a levou para UPA, onde a menor foi entubada.
Um laudo médico apontou que a criança tinha fraturas cranianas, estado não compatível com a situação descrita pela sua responsável legal, que a levou ao hospital. Além disso, ela apresentava lesões por maus-tratos, abuso sexual, traumatismo craniano grave e suspeita de morte encefálica.
Conforme a investigação conduzida pelo delegado Maurício Maciel Pereira, há cerca de cinco meses, a guarda provisória dela estava com o tio paterno e a esposa dele. O casal estava morando em um sítio com a criança, na região rural de Poconé.
A equipe do Conselho Tutelar do município, que estava acompanhando a situação, procurou a delegacia após receber o laudo médico. Os responsáveis pela criança foram até a unidade policial para serem ouvidos, quando receberam voz de prisão pelos crimes de lesão corporal grave, maus-tratos e ameaça.
O delegado afirma que as diligências estão em andamento para verificar todas as circunstâncias envolvendo as agressões praticadas contra a criança e foi requisitada perícia no local dos fatos. O pai biológico da criança foi ouvido nesta segunda-feira na delegacia.
Com base nas informações coletadas, o delegado representou pela conversão do flagrante do casal em prisão preventiva, que foi deferida pelo Poder Judiciário durante audiência de custódia realizada no último sábado.