A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu mandados contra um grupo de empresários dos setores de combustível e transportes envolvidos na fraude de notas fiscais. A ação foi realizada por meio da Operação Bomba Fantasma na manhã desta quarta-feira (6).
Conforme a polícia, o grupo vendia notas fiscais a transportadoras para aproveitamento de crédito pessoal sem que qualquer produto fosse circulado. Além das cidades de Rondonópolis e Pedra Preta, em Mato Grosso, também são cumpridas ordens judiciais em Goiás.
Ao todo, são 13 mandados de buscas, bloqueios de contas bancárias na ordem de R$ 42 milhões, apreensão de 12 veículos de investigados, sequestro de imóveis, além de outras medidas cautelares.
A investigação identificou que, em 2018, pelo menos quatro postos de combustíveis venderam milhares de litros de diesel a transportadoras, sem a efetiva circulação da mercadoria, ou seja, sem o abastecimento na bomba.
Investigação
Com a auditoria foi demonstrado que dos quatro postos, três pertencem ao mesmo grupo de empresários e um posto, localizado na cidade de Alto Garças, no sul do estado, foi responsável pela venda de mais de 10 milhões de litros de óleo diesel, sem que fosse adquirido um único litro para seu estoque, reforçando apenas a venda da nota fiscal fictícia.
Segundo o delegado titular da Defaz, Walter de Melo Fonseca Júnior, a investigação conseguiu identificar que o grupo econômico contava com a participação direta de um escritório de contabilidade, que funcionava como um “QG” para emissão das notas fiscais das vendas realizadas.
Além do grupo formado pelos postos de combustíveis, a investigação apurou ainda que transportadoras foram beneficiadas com o esquema criminoso, sendo que três delas pertencem a um mesmo grupo econômico.
Ordens judiciais
Com base nas investigações, o delegado Rafael Scatolon representou pela expedição de 13 mandados de busca e apreensão, bloqueio das contas bancárias no valor correspondente ao crédito tributário, suspensão do escritório de contabilidade e do contador, sequestro de quatro imóveis, além do bloqueio de 12 veículos, cujos mandados, após parecer favorável da 14ª Promotoria de Cuiabá, foram deferidos pela juíza Ana Cristina Silva Mendes da 7ª Vara Criminal da Capital.
A operação Bomba Fantasma conta com apoio das unidades da Diretoria de Atividades Especiais (DRE), Deccor e GCCO, Delegacias da Polícia Civil em Rondonópolis, Politec-MT e Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Civil de Goiás.