quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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Responsável pelos aromas mais exóticos dos tintos, uva Shiraz é produzida em Mato Grosso

Com sua origem envolta em mistérios, a uva Shiraz, que produz os vinhos tintos mais complexo e exóticos do mundo, pode ser encontrada em Chapada dos Guimarães.

Tradicional no Vale du Rhône, na França, a uva Syrah, também conhecida como Shiraz, possui características únicas que a permitem produzir vinhos tintos com os aromas mais complexos e exóticos conhecidos no mundo.

Contudo, se engana quem pensa que é preciso ir até a França para encontrar uma vinha desta casta. A Shiraz se adapta facilmente aos diversos climas e solos e, por conta disso, também é produzida em Mato Grosso, na Locanda do Vale, no Vale da Benção em Chapada dos Guimarães.

Com uma história envolta em mistérios, esta casta tem sua origem contada a partir de ao menos quatro versões. Porém, segundo o sommelier da Cave Noble BigLar Mario Marcio, o relato mais aceito indica que a Syrah nasceu na França.

Origem misteriosa

Em uma das versões, a Shiraz teria o Egito como sua terra natal e somente depois de um tempo foi levada à Europa, onde foi cultivada na região da Sicília, na cidade de Siracusa situada ao Sul da atual Itália.

Porém, esse entendimento não é unânime, uma vez que outra versão aponta que esta uva teve suas primeiras mudas cultivadas na França por São Patrício, que é o patrono da Irlanda.

Uma terceira versão dá conta que a Shiraz foi produzida inicialmente em uma cidade do antigo império Persa, atual território do Irã. Há ainda duas variantes dessa história, apontando que a casta foi levada à França ou por imigrantes gregos ou por cavaleiros nas cruzadas santas.

“Entretanto, essa dúvida durou até 1998, quando testes de DNA constataram que a Syrah nasce de um cruzamento das uvas Mondeuse Blanche (branca) e Dureza (tinta)”, disse o sommelier.

Características

Popular em diversos polos produtores do mundo, a Shiraz conseguiu ganhar o globo por conta de sua casca grossa. Essa espessura diferenciada permite que a casta possa ser plantada em diversas regiões, inclusive em locais de clima quente, e garante uma proteção extra contra fungos.

Com cachos de tamanho médio e bagos pequenos, esta uva produz vinhos escuros e profundos. Entretanto, segundo alerta do sommelier, o volume da produção por hectare pode influenciar diretamente na qualidade dos vinhos.

“Ela gosta de temperaturas mais altas. Dessa forma, as regiões com verões mais secos e quentes geralmente conseguem os melhores resultados. Contudo, graças à sua versatilidade, ela aceita bem também climas mais frios. Seu solo preferido é do tipo pedregoso típico do Rhône, que retém mais calor, e ela precisa de bastante água para crescer”, afirmou Mario Marcio.

“Na avaliação sensorial, seus aromas e sabores mudam de acordo com o seu terroir (clima e solo), mas, em geral, esses vinhos guardam alguns aspectos em comum. Eles normalmente apresentam uma cor escura, com vermelho carregado, seus aromas mais frequentes são de frutas negras e vermelhas, violeta, azeitonas, pimenta preta e especiarias. No paladar, os sabores são complexos e potentes, correspondendo aos seus aromas, possuem bom corpo com taninos sedosos e bom potencial de guarda devido à sua boa acidez. Eles, quase sempre, são secos e equilibrados”, acrescentou.

E harmoniza como?

Já pensou com qual prato harmoniza um vinho que consegue produzir aromas de caça, couro e ervas? A resposta é simples: para combinar com uma bebida tão complexa, o ideal é apostar em carnes igualmente exóticas. Neste sentido, opções mais plenas de sabor e pratos mais gordos como ganso, pato e porco são coringas para se ter à mesa.

Além deles, também são excelentes opções para harmonizar com o vinho Shiraz pratos como churrasco, cordeiro, cabrito, charcutaria, massas com molho vermelho condimentados e queijos, sejam de meia cura ou curados.

Porém, tamanha complexidade exige um grau maior de atenção na hora de compor a mesa. Isso porque refeições com frutos do mar, crustáceos e leguminosas devem ser evitadas.

“A Shiraz é uma uva tinta e possui alta concentração de taninos, Alguns peixes e frutos do mar, por exemplo, possuem iodo, que em conjunto com os taninos presentes no vinho podem deixar um sabor metálico, amargo e adstringente, o que estraga não só a comida, mas também a bebida. Pratos à base de peixes tendem a combinar mais com vinhos brancos. Alimentos muito ácidos, doces apimentados e salgados também podem ser erros graves quando o assunto é harmonização”, esclareceu o sommelier.

Veja mais em www.biglar.com.br

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