sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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CASSADO PELO TSE

Suplente de Neri, Gisela deve assumir vaga: “Justiça foi feita”

Ex-chefe do Procon disse que perdeu a eleição de 2018 para o poder econômico

A ex-chefe do Procon-MT, Gisela Simona (União), deve assumir a cadeira do deputado federal  Neri Geller (PP), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (23) por abuso de poder econômico. Ele também ficará inelegível por oito anos.

Gisela disputou a eleição de 2018 para deputada federal no mesmo grupo político de Neri e acabou suplente do progressista,  mas ele não deu espaço para ela assumir a cadeira em nenhuma oportunidade.

À imprensa, Gisela comemorou a decisão e disse que perdeu o pleito naquele ano para o poder econômico.

“O poder econômico tirou de nós a oportunidade de ter exercido um mandato realmente popular. Embora tardia, fico feliz com o resultado de poder, com essa decisão da Justiça, assumir o lugar que era nosso”, disse.

Ela citou o “sacrifício’ que fez no pleito de quatro anos atrás e afirmou que a “Justiça foi feita”.

“A gente comemora uma decisão que faz justiça àquilo que vivemos no dia a dia das eleições. Uma pessoa ultrapassar isso, usar de meios ilegais, é algo que não concordamos”, afirmou

Agora, Gisela disse que irá esperar os trâmites judiciais para assumir a função na Câmara Federal pelos próximos quatro meses. Ela está na disputa pelo cargo de novo nas eleições deste ano.

“Comemoramos a decisão da Justiça, independente do resultado que venha a vir. Se vamos assumir ou não, se é amanhã, se é faltando um dia para o término do mandato”, pontuou.

O TSE determinou o cumprimento imediato da decisão que cassou Neri, independentemente de sua publicação.

A decisão pode fazer com que o parlamentar fique impedido de concorrer ao Senado no pleito de outubro.

Ele, porém, ainda pode recorrer.

Abuso de poder

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Neri Geller cometeu abuso de poder econômico por excesso de gastos e extrapolação do teto de gastos na campanha de 2018.

À época candidato a deputado federal, ele teria injetado R$ 1,3 milhão nas campanhas de 11 candidatos a deputados estaduais.

Somadas aos próprios gastos de sua campanha [R$ 2,4 milhões], as doações extrapolaram o limite dos gastos estipulado em R$ 2,5 milhões.

Ainda conforme o MPF, a maior parte dos valores era proveniente de pessoas jurídicas e foi objeto de triangulação financeira por intermédio da utilização da conta de Marcelo Geller, filho do deputado.

Thaiza Assunção – Da Redação 

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