A ex-chefe do Procon-MT, Gisela Simona (União), deve assumir a cadeira do deputado federal Neri Geller (PP), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (23) por abuso de poder econômico. Ele também ficará inelegível por oito anos.
Gisela disputou a eleição de 2018 para deputada federal no mesmo grupo político de Neri e acabou suplente do progressista, mas ele não deu espaço para ela assumir a cadeira em nenhuma oportunidade.
À imprensa, Gisela comemorou a decisão e disse que perdeu o pleito naquele ano para o poder econômico.
“O poder econômico tirou de nós a oportunidade de ter exercido um mandato realmente popular. Embora tardia, fico feliz com o resultado de poder, com essa decisão da Justiça, assumir o lugar que era nosso”, disse.
Ela citou o “sacrifício’ que fez no pleito de quatro anos atrás e afirmou que a “Justiça foi feita”.
“A gente comemora uma decisão que faz justiça àquilo que vivemos no dia a dia das eleições. Uma pessoa ultrapassar isso, usar de meios ilegais, é algo que não concordamos”, afirmou
Agora, Gisela disse que irá esperar os trâmites judiciais para assumir a função na Câmara Federal pelos próximos quatro meses. Ela está na disputa pelo cargo de novo nas eleições deste ano.
“Comemoramos a decisão da Justiça, independente do resultado que venha a vir. Se vamos assumir ou não, se é amanhã, se é faltando um dia para o término do mandato”, pontuou.
O TSE determinou o cumprimento imediato da decisão que cassou Neri, independentemente de sua publicação.
A decisão pode fazer com que o parlamentar fique impedido de concorrer ao Senado no pleito de outubro.
Ele, porém, ainda pode recorrer.
Abuso de poder
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Neri Geller cometeu abuso de poder econômico por excesso de gastos e extrapolação do teto de gastos na campanha de 2018.
À época candidato a deputado federal, ele teria injetado R$ 1,3 milhão nas campanhas de 11 candidatos a deputados estaduais.
Somadas aos próprios gastos de sua campanha [R$ 2,4 milhões], as doações extrapolaram o limite dos gastos estipulado em R$ 2,5 milhões.
Ainda conforme o MPF, a maior parte dos valores era proveniente de pessoas jurídicas e foi objeto de triangulação financeira por intermédio da utilização da conta de Marcelo Geller, filho do deputado.
Thaiza Assunção – Da Redação