THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O deputado federal reeleito, José Medeiros (PL), chamou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes de “déspota” e afirmou que ele já deveria estar preso.
A declaração foi dada após o parlamentar ser questionado sobre a decisão de Moraes de não investigar supostas fraudes nas inserções veiculadas nas rádios. Na segunda-feira (24), a campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o presidente teve 154 mil inserções de rádio a menos que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas duas semanas.
“Se fosse pra gente julgar o Alexandre pela régua que ele nos julga, ele já estaria preso há tempos. Já tinha saído de camburão há algum tempo e algemado. Porque ele tem se comportado como um déspota e não observa o arcabouço jurídico brasileiro. A lei para ele passou a valer menos que um rolo de papel higiênico”, afirmou em entrevista à Rádio CBN Cuiabá, nesta quinta-feira (27).
O deputado lembrou que chegou a pedir o afastamento de Moraes no início da eleição porque sabia que ele seria parcial no pleito, acusando-o de ser “funcionário” do candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin.
“Estamos enfrentando uma eleição em que o presidente do TSE está notadamente de um lado. Ele [Moraes] hoje é uma pessoa que está notadamente do lado de um candidato”, afirmou.
“Primeiro ele tenta apagar o passado do Lula, está proibido falar do Lula. Não pode falar que ele foi processado, não pode falar dos escândalos, diz que aquilo não é verdade. Ora, o momento da campanha é o momento de você expor a vida das pessoas. Se você tem um sujeito que roubou um país, você não vai dizer para a população mais nova que isso aconteceu? Porque o jovem que está votando agora não acompanhou isso”, acrescentou.
Medeiros destacou que pediu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que o Congresso Nacional investigue possíveis irregularidades nas inserções e aconselhou Moraes a arrumar um advogado.
“Ele vai perder esse cargo dele no STF, por causa dessa conversa de bolivariano. Na Venezuela, toda pessoa que era contra o regime era preso por atentado contra a democracia e ele pegou esse mantra e toda pessoa que ele tem como inimigo ele diz que os argumentos são fake news, milícia digital, e que é contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou.
“Mas ele não está na Venezuela, ele está no Brasil, onde a Constituição funciona, onde elegemos um Senado agora que não está aparelhado ao lado dele. Assim que trocar o presidente [Rodrigo]Pacheco o processo dele vai ser aberto e eu não tenho dúvida que, terminando essa eleição, o que o Alexandre precisará é contratar um bom advogado, porque ele vai precisar”, pontuou.