quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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EM ESTÁGIO PROBATÓRIO

Advogado vai pedir afastamento de delegado que invadiu casa no Florais

Bruno França ingressou nos quadros da Polícia Civil em Mato Grosso há cerca de sete meses

THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO 

O advogado Rodrigo Pouso, que faz a defesa da família que teve a casa invadida na noite desta segunda-feira (28) pelo delegado de Polícia Civil Bruno França Ferreira, vai pedir o afastamento dele na Justiça.

Como já noticiado pela CBN Cuiabá, o delegado arrombou a porta da casa da família, no condomínio Florais do Lagos, e entrou no local fazendo uma série de ameaças.

Na ocasião, ele disse estar no local em razão da empresária Fabiola Cássia Garcia Nunes ter supostamente descumprido uma medida protetiva que a impedia de se aproximar do enteado dele, de 13 anos. A defesa diz que a mulher não tinha conhecimento de tal medida.

A situação foi parar na delegacia e, por lá, o delegado gritou e xingou o advogado.

França ingressou nos quadros da Polícia Civil em Mato Grosso há cerca de sete meses e está em estágio probatório. Nesse estágio, é analisado se você tem aptidão e capacidade para desempenhar as funções do cargo em que foi aprovado. Se cometer algum erro considerado grave, pode perder o cargo.

“Delegado em estágio probatório, que com essa atitude mancha a classe, não merece ser efetivado. E precisa ser afastada imediatamente, pois é um risco iminente à sociedade”, disse Pouso nas redes sociais.

“Mas uma coisa é certa, delegado, pegou no fio desencapado. Irei tomar todas as medidas cabíveis pela brutalidade e os crimes que o senhor praticou contra a família da minha cliente e contra este advogado”, acrescentou.

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil já informou que vai apurar a conduta do delegado.

A instituição informou que tal ação foi de decisão exclusiva da autoridade policial.

“A Corregedoria da Polícia Civil está apurando os fatos e tomará as medidas legais cabíveis ao caso em questão”, disse.

O caso 

Tudo teve início em função de um suposto desentendimento entre o enteado do delegado e o filho da mulher, quando a família ainda morava no Alphaville I. A fim de evitar mais problemas, a mulher teria se mudado para o Florais dos Lagos.

Porém, na segunda, o adolescente teria ido até o atual condomínio da mulher para jogar bola com amigos, e eles acabaram se encontrando. O menino então teria ligado para o padrasto, que foi até o local abordar as vítimas.

Toda a situação foi registrada por câmeras de segurança instaladas na sala da casa da vítima. O delegado estava armado e acompanhado por outras três policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), que também portavam armas.

Na gravação, de pouco mais de três minutos, é possível ver ele chutando a porta para invadir a residência, manda a mulher deitar no chão sob xingamentos e ameaças.

No vídeo, ainda é possível ouvir o choro e desespero de uma criança de 4 anos, filha da mulher, que estava no local no momento do episódio. Também é possível ouvir o marido da vítima pedindo calma ao delegado.

“A senhora sabe que tem uma medida protetiva para não chegar perto do [cita o nome de um menor]. Vamos sentar aqui e vamos esclarecer isso”, diz o delegado, que começa a caminhar pela sala com arma em punho.

Logo depois, ele volta e fala para o marido da mulher que vai “explodir a cabeça dela”. “Você sabe e a próxima vez que ela chegar perto do meu filho, vou estourar a cabeça dela. Vou explodir a cabeça dessa f* da p*”, diz.

Em nota à imprensa, o delegado Bruno França acusou a empresária Fabiola Cássia Garcia Nunes de “perseguição” contra o enteado dele.

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