O empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, foi indiciado por homicídio qualificado e perseguição majorada. Ele confessou ter matado sua ex-companheira Thays Machado e o atual namorado dela, Willian César Moreno.
O inquérito que apurou os assassinatos foi concluído nesta sexta-feira (27) pela Polícia Civil.
Pela morte de Thays, o autor responderá pela qualificadora de feminicídio.
Carlinhos – como é conhecido – é filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB).
O delegado responsável pela investigação, Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá, encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário e Ministério Público Estadual para a sequência dos atos de persecução penal.
Thays e seu namorado, Willian, foram mortos na tarde do dia 18 de janeiro, na frente de um prédio residencial, no bairro Alvorada, na Capital.
O ex-namorado da vítima atirou seis vezes contra o casal, atingindo cada vítima com três disparos fatais.
O casal morreu na calçada do prédio, a poucos metros um do outro.
O autor do duplo homicídio foi preso em flagrante, horas depois do crime, em uma fazenda na região do município de Campo Verde.
Com ele foi apreendida a arma usada nos homicídios.
Perseguição
A investigação apontou que o empresário perseguia Thays insistentemente.
No dia do crime, no meio da madrugada, ele seguiu a vítima depois que ela saiu do Aeroporto Marechal Rondon, onde foi buscar Willian.
Era 3h55 da madrugada de 18 de janeiro, quando Thays fez contato com o Ciosp pelo número 190 e relatou, em desepero, que estava na Avenida Tenente-Coronel Duarte (Prainha) quando foi seguida pelo autor dos homicídios.
Ela contou ainda que ele costumava andar armado.
A vítima recebeu ainda orientação para procurar a Delegacia da Mulher e foi solicitado que entrasse em contato caso fosse necessário.
Naquela tarde, ela e o namorado acabaram sendo executados.
Ameaças
A investigação da DHPP apurou que no início do ano, Thays recebeu diversas mensagens no celular do autor dos homicídios, que se mostrava inconformado com o fim do relacionamento,
Ele agia com grosseria e perseguia a vítima na tentativa de reatar a relação.
Depoimentos colhidos pelo delegado Marcel Oliveira demonstram que, mesmo após terminar o relacionamento de dois anos que teve com o indiciado, Thays dizia que achava que estava sendo seguida, o que foi comprovado com o ato na madrugada do dia 18 de janeiro.
Ela havia relatado ainda ao irmão que durante o relacionamento, o criminoso sempre se mostrou uma pessoa ciumenta e possessiva.
Com todo o material probatório reunido no inquérito, o delegado aponta que as vítimas não esperavam esse tipo de retaliação, pelo novo relacionamento que estava sendo construído.
“Mas, a motivação do crime está relacionada ao sentimento de posse e vingança pelo fato da vítima Thays estar no novo relacionamento, fato que não era admitido pelo homicida e feminicida”, destacou o delegado.
O indicado responderá pelo homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.