THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O ex-secretário de Saúde de Cuiabá Célio Rodrigues negou, durante depoimento à Justiça, o desvio de R$ 1 milhão na aquisição do medicamento Midazolam 15mg na Empresa Cuiabana de Saúde. Ele admitiu, porém, que fez aquisições “atípicas” durante a pandemia da Covid.
Célio foi preso na última quinta-feira (9) na Operação Hypnos, deflagrada pela Polícia Civil. A suspeita é de que os remédios jamais foram entregues.
O ex-secretário passou pela audiência de custódia ainda no mesmo dia e o juiz João Bosco Soares da Silva, manteve sua prisão.
“As compras realmente foram um pouco atípicas, porque não existiam medicamentos para serem comprados, não estavam escolhendo muito o que comprar, porque compravam o que tinha”, afirmou Célio.
“Midazolam é o medicamento que mantém o paciente sedado. Sem esse medicamento o paciente acorda durante a intubação. Não sei se o senhor lembra, mas muitas pessoas acordaram durante a intubação no país por causa da falta desse medicamento”, acrescentou.
O ex-secretário garantiu que remédios foram utilizados pelos pacientes em Cuiabá.
“Se pegar a disponibilidade do medicamento para os pacientes vai conseguir identificar que o medicamento foi ofertado lá”, disse.
O ex-secretário declarou ainda que foi pego de “surpresa” com a prisão e que pode ter sido alvo de um complô de outros servidores da Empresa Cuiabana com ele.
“Pelo que eu li lá, falam que não encontraram o processo, mas eu saí da Empresa Cuiabana faz um ano e sete meses. Durante esse período passaram vários diretores, várias pessoas trabalhando”, disse.
“Como eu disse, várias pessoas passaram lá depois de mim. Não sei se gostavam ou não gostavam [de mim]… Quem era o detentor do processo, se tinha algum problema comigo ou não”, acrescentou.
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