THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O empresário Mauro Azevedo, agente do lateral-direito Mateusinho, do Cuiabá, disse que o jogador nega envolvimento no esquema de manipulação de resultados na Série B do ano passado.
O atleta foi alvo de um mandado de busca e apreensão na operação Penalidade Máxima, deflagrada nesta terça-feira (14), pelo Ministério Público Estadual de Goiás.
Em contato com a reportagem do Globo Esporte, Azevedo disse que Mateusinho não sabe como seu nome foi citado no esquema.
O empresário também garantiu que o jogador desconhece qualquer valor mencionado nas investigações e que não recebeu nenhuma quantia em dinheiro.
Segundo o agente, o jogador está apto a colaborar com as investigações e espera que o equívoco – como ele chamou – seja esclarecido o mais rápido possível.
Em nota, o Cuiabá informou nque vai aguardar a conclusão da investigação dapara, caso seja necessário, tomar alguma medida contra o lateral-direito Mateusinho.
O atleta treinou normalmente durante a semana e embarcou com a equipe para o duelo contra o Nova Mutum, nesta quinta-feira (16), pelo Campeonato Mato-grossense, fora de casa.
O suposto esquema
Conforme a investigação, o suposto esquema ocorria através da cooptação de atletas, que manipulavam os resultados das partidas por meio de ações como, por exemplo, o cometimento de pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras iniciativas.
O objetivo era viabilizar o êxito em apostas esportivas de elevados valores. Em contrapartida, os atletas recebiam parte dos ganhos. Estima-se que cada suspeito tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.
Mateusinho teria atuado na suposta fraude no jogo do Sampaio Correia contra o Londrina. Na ocasião, aos 19 minutos do primeiro tempo, ele deu uma entrada em Caprini dentro da área, gerando a marcação de um pênalti.
Os outros dois jogos investigados da Série B do ano passado são: Vila Nova x Sport e Tombense e Criciúma.
A operação
No total, foram cumpridos um mandado de prisão e nove de busca e apreensão em Cuiabá, São João Del-Rei (MG), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ).
As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores de Goiás.
As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos nos arts. 288 do Código Penal, arts. 41-C e 41-D do Estatuto do Torcedor e art. 1º da Lei n. 9.613/98.
Apoiaram a operação as Polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, além dos Gaecos dos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso, do Cyber Gaeco do Estado de São Paulo e do Centro de Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.