quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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CRIME NA CAPITAL

Polícia indicia oito pessoas por sequestro e execução de maranhenses

Os indiciados responderão por sequestros e homicídios qualificados, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu, nesta quarta-feira (15), o inquérito da Operação Kalypto, que investigou o sequestro e o assassinato de quatro vítimas do estado do Maranhão, em Cuiabá, em 2021.

Sete pessoas foram indiciadas pelos crimes de sequestros e homicídios qualificados, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa.

São elas: Cleiton Ozorio Carvalho Luz, o ‘Mané’, de 38 anos; Cleison Thiago Xavier dos Santos Luz, de 23; Igor Augusto da Silva Carvalho, o ‘Barbudo’, de 27; Marcelo Wagner Cruz de Oliveira, o ‘Índio’, de 34; Vinícius Barboza da Silva, o ‘Melancia’, de 28; Leondas Almeida de Jesus, ‘Léo Maconha’, de 25; e Gabriel Ítalo da Silva Costa, o ‘Torto’, de 28.

Uma pessoa foi indiciada por falso testemunho e responde em liberdade.

O delegado responsável pelo inquérito, Caio Fernando Albuquerque representou à Justiça pela conversão das prisões temporária em preventivas. Um dos autores dos crimes, Gabriel Ítalo da Silva Costa, está com a prisão decretada e é procurado pela Polícia Civil.

“Foi um caso complexo, inicialmente porque não havia (e ainda não há) os corpos, necessário à materialidade direta. Além disso, como ocorre nesse tipo de crime, muitas pessoas não quiseram dar informações. Contudo, conseguimos trazer para o inquérito corajosos depoimentos de familiares, ouvidos no Maranhão, para onde foram ‘tocados’ pelos criminosos, logo após os homicídios. Desta família, em Cuiabá, só ficaram os restos mortais. Outros ricos depoimentos foram coletados e subsidiaram o desfecho alcançado na investigação”, apontou o delegado Caio Fernando.

Durante os depoimentos coletados em cidades no interior do Maranhão, a equipe da DHPP pode presenciar a vulnerabilidade econômica e social vivida pelos familiares das vítimas.

‘Um pai e uma mãe em lágrimas dizendo que não tinham um simples copo de leite, uma bolacha, para dar aos filhos. Todos foram embora às pressas de Cuiabá, onde tinham empregos, depois das ameaças da organização criminosa”, relatou o delegado.

O crime

As vítimas, Tiago Araújo, de 32 anos; Paulo Weverton Abreu da Costa, de 23; Geraldo Rodrigues da Silva, de 20; e Clemilton Barros Paixão, também de 20, desapareceram no dia 02 de maio de 2021, de um conjunto de quitinetes onde moravam, no Jardim Renascer, em Cuiabá.

Tiago e Geraldo eram irmãos, Clemilton cunhado deles e Paulo era amigo dos três.

No dia seguinte, familiares de duas vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim pelo desaparecimento.

Quatro dias após o desaparecimento, a Polícia Civil recebeu informações de que um morador do Jardim Renascer teria suposto envolvimento com o sumiço das vítimas.

A investigação da DHPP apurou que as vítimas foram cruelmente mortas – sofreram decapitação, amputação dos dedos e uma delas foi atingida por um disparo no peito.

Outras duas foram mortas com disparos na nuca.

“Toda a investigação só teve o êxito alcançado pela consciência das equipes engajadas que, embora a dificuldade do caso, mesmo sem os corpos, conseguiram demonstrar que houve a sequência criminosa. Foram diversos policiais empenhados nas mais diversas tarefas investigativas de apurar informações que possibilitassem chegar à responsabilização criminal dos envolvidos e dar, ao menor, uma resposta às famílias. Foi mais um caso solucionado pela DHPP, que demonstrou que é um engano a história de que ‘sem corpo não há crime’”, finalizou Caio Fernando.

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