CAMILA RIBEIRO – DA REDAÇÃO
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Correa Mendes classificou como “gravíssimas” as alegações do deputado Wilson Santos (PSD) e cobrou que ele revele os nomes de parlamentares da atual legislatura que teriam sido eleitos pelo crime organizado.
“Isso é muito preocupante. É gravíssimo sabermos que tem deputados eleitos para legislar e que estão trabalhando para o crime organizado. Ali são 24 deputados e, a partir do momento que um deputado faz uma afirmação dessa e não cita nomes, todos são suspeitos”, disse o comandante.
“Seu eu fosse deputado, seria o primeiro a me levantar e questionar o deputado Wilson Santos: ‘dê nome aos bois’”, emendou o coronel, em entrevista ao site Veja Bem MT.
O assunto veio à tona após Wilson relatar um episódio que teria ocorrido em meio a campanha eleitoral do último ano.
Na ocasião, os supostos deputados bancados pelo crime organizado teriam pedido para o ex-secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, reinstalar tomadas nas celas onde os líderes da facção estão presos.
O objetivo era para que eles pudessem recarregar as baterias dos celulares, os quais nem deveriam ter acesso.
Convocação de ex-Sesp
Ao ser questionado sobre a situação, o chefe da PM ainda sugeriu a convocação do ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, para que também se manifeste a respeito desses pedidos que teriam sido feitos a ele.
“A polícia está enxugando gelo enquanto existem representantes do legislativo trabalhando para o crime organizado? É uma situação gravíssima. Cabe aos nobres deputados, à Mesa Diretora nos responder. Se for o caso, convocar o ex-secretário para dizer quem é esse deputado”, disse o coronel Mendes.
“A população não pode dormir em seus lares sabendo que há deputados eleitos pelo crime organizado. Eu, representando uma instituição de segurança não posso não ter resposta para minha tropa. Quero saber qual deputado pode estar adentrando em nossos quartéis livre, como qualquer outro, sabendo da possibilidade de ele estar envolvido como crime organizado”, concluiu.