THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O Ministério Público Eleitoral pediu à cassação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e do vice-prefeito, José Roberto Stopa (PV), por suposta compra de votos na eleição de 2020.
A manifestação foi dada em uma representação eleitoral por captação ilícita de sufrágio (compra de votos) ajuizada pelo candidato derrotado na época e atual deputado federal, Abílio Brunini (PL).
O documento é assinado pelo promotor de Justiça Eleitoral, Tiago de Sousa Afonso da Silva, e ainda será analisado pela juíza Suzana Guimarães Ribeiro, da 39ª Zona Eleitoral de Cuiabá.
Conforme a representação, no dia 29 de novembro, data do segundo turno da eleição para prefeito, três mulheres foram detidas pela Polícia Militar por supostamente estarem comprando votos em frente a uma escola da Capital em favor de Emanuel e do vereador e hoje presidente da Câmara Municipal, Chico 2000 (PL).
Uma das mulheres, identificada como Elaine Cristina Leite de Queiroz, era servidora da Prefeitura.
No carro dela foram apreendidos papeis com “fichas de cadastro de eleitores” nas quais eram preenchidas informações como endereço, telefone e número do título de eleitor, bem como a zona e seção onde votavam.
Ainda foram encontrados R$ 538 em notas miúdas, de R$ 10, R$ 20 e R$ 50.
Na manifestação, o promotor citou que a perícia realizada no celular de Elaine encontrou conversas que indicam que “muito além de uma mera servidora municipal, simpatizante da candidatura de Emanuel e participante da campanha de um correligionário dele (Chico 2000), era personagem diretamente envolvida no processo de concorrência à vaga ao paço municipal, perfilando o grupo daqueles que militavam ativamente em prol da campanha eleitoral dos requeridos (assumindo as tarefas atribuídas pelos exercentes da sua coordenação), contando sempre com a ciência e a adesão de vontade dos candidatos favorecidos”.
“Es convencido esta promotoria de justiça, diante das provas existentes neste processo, que aquela quantia objeto de apreensão tinha como propósito arregimentar ilegalmente eleitores em benefício dos candidatos representados”, afirmou.
“Não por acaso que no interior do automóvel usado no dia por Eliane encontravam-se materiais variados de propaganda eleitoral não apenas do candidato a vereador Chico 2000, mas também do próprio requerido Emanuel, cujo nome, inclusive, constava em manuscrito em diversos papéis localizados igualmente em seu veículo, ao lado do de Chico (em planilhas, fichas de cadastro de eleitores e em folhas de um caderno)”, acrescentou.