quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
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JULGAMENTO NO STF

Gilmar vota para manter Botelho na presidência da Assembleia

Deputado foi reconduzido ao cargo pela quarta vez em fevereiro deste ano

THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da eleição que reconduziu o deputado estadual Eduardo Botelho (União) pela quarta vez à presidência da Assembleia Legislativa. A eleição ocorreu em fevereiro deste ano.

O voto do ministro mato-grossense abriu a divergência no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi), que discute a possibilidade de recondução da Mesa Diretora da ALMT. Agora, o placar está em 2 a 1 para a saída de Botelho do cargo.

O julgamento, que teve início em março, retornou nesta sexta-feira (11) para o plenário virtual e segue até o dia 21.

O relator da Adi, Alexandre de Moraes, votou para tirar Botelho da presidência. A ministra Carmén Lúcia já acompanhou o voto do relator. Ainda restam votar oito ministros.

Moraes é a favor de apenas uma reeleição para o mesmo cargo na Mesas Diretora, fixando como marco temporal a data de 8 de janeiro de 2021, data em que o STF vedou a recondução dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente dentro da mesma legislatura.

Mendes  também é a favor de apenas uma reeleição, mas de modo a desconsiderar as eleições anteriores ao dia 8 de janeiro de 2021.

Imbróglio jurídico

Em fevereiro de 2021,  Moraes acolheu a ADI e suspendeu a eleição que reconduziu Botelho ao terceiro mandato consecutivo.

Um ano depois, o próprio ministro revogou a decisão e Botelho retornou ao cargo.

Com medo de ter o quarto mandato suspenso, já que o mérito da ADI ainda não havia sido decidido, o deputado chegou a declarar que não ia disputar a eleição para presidente, mas após uma recomendação jurídica, voltou atrás.

A recomendação foi dada após os ministros do STF firmarem entendimento em outras ações semelhantes de que é possível apenas uma reeleição ou recondução dos membros das mesas das assembleias legislativas, independentemente de os mandatos consecutivos se referirem ou não à mesma legislatura.

No entanto, não seriam consideradas, para fins de inelegibilidade, as composições eleitas antes de 7 de janeiro de 2021.

A eleição de Botelho para comandar a Casa no biênio 2021-2022 ocorreu em junho de 2020, prazo anterior ao fixado pelo STF e, por isso, ele resolveu disputar o quarto mandato.

Mas agora, caso o entendimento do ministro Alexandre de Moraes, na ADI referente ao legislativo de MT, seja acompanhado pela maioria, Botelho perde o cargo e nova eleição deverá ser feita.

 

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