THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da Primeira Vara de Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá, negou conceder prisão domiciliar ao empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do ex-deputado Carlos Bezerra (MDB). Ele chegou a tentar suicídio na cadeia.
A decisão é do último dia 23 de agosto.
Bezerra é réu pelo assassinato da ex-namorada, a servidora pública Thays Machado, e do namorado dela, William Cesar Moreno. O crime ocorreu no dia 18 de janeiro no Bairro Consil, em Cuiabá. Ele está preso no presídio da Mata Grande, em Rondonópolis.
A defesa do empresário alegou que ele é portador de Diabetes Mellitus tipo 2 e desde o seu ingresso no sistema carcerário, houve piora em seu estado de saúde físico e mental.
Para a defesa, o sistema carcerário não possui estrutura suficiente para atender as necessidades de Carlos Alberto.
Na decisão, a magistrada afirmou, porém, que o empresário convive com a doença há 10 anos e a unidade penitenciária tem dado o todo o suporte em seu tratamento, mas ele tem se recusado a se alimentar corretamente e tomar os medicamentos.
“Apesar de argumentar que a unidade prisional não lhe fornece o tratamento adequado, extrai-se que o requerente apresenta resistência ao uso correto de medicamentos e de dieta, o que demonstra estar ele recebendo os medicamentos e dieta adequados, todavia, ele se recusa a seguir corretamente o que lhe é prescrito, não havendo que se falar aqui, portanto, de deficiência estrutural”, escreveu.
Na decisão, a juíza ainda citou, inclusive, que empresário teria tentado o suicídio.
“Quanto à saúde mental do requerente o que se tem é, que em data próxima ao inicio do cárcere, este tentou suicídio ingerindo cerca de 30 comprimidos do remédio para hipertensão e que após o ocorrido, não mais tentou autoextermínio, pois passaram a controlar os seus medicamentos, o que demonstra que ele, está tendo a devida e adequada assistência médica, haja vista estar recebendo a medicação e, que após o ocorrido, medidas de prevenção já foram tomadas para que tal tragédia não torne a ocorrer, o que inclusive, apresentou resultado positivo, haja vista não ter tal fato se repetido”, detalhou.
O crime
Thays Machado Willian Moreno foram mortos em frente ao Edifício Solar Monet.
Eles foram até o edifício, onde mora a mãe dela, para deixar um veículo na garagem.
Ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidas pelo assassino, que conduzia um Renault Kwid, e passou a fazer os disparos contra o casal, que morreu ainda no local.
A perícia preliminar de criminalística da Politec constatou que Thays foi atingida por três disparos, sendo dois nas costas e um na altura do quadril.
Willian, mesmo atingido no braço esquerdo e no peito com três disparos, ainda tentou fugir do atirador, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays.