A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá concluiu nesta sexta-feira (29) o inquérito da Operação Piraim e indiciou sete pessoas pela acusação de extorsão qualificada.
O grupo foi investigado por açoitar um devedor, em maio deste ano em plena Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Imagens das chicotadas se propagaram pelo País e as agressões foram gravadas em vídeo pelos próprios criminosos e expostas na internet, no mês de agosto.
As prisões preventivas dos credores e cobradores investigados pela Derf foram deferidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá.
Dois deles – os credores Bruno Rossi, de 39 anos, e Rafael Geon de Souza, de 35 anos – foram presos no dia da operação. Este último já está em liberdade.
Já o cobrador Sérgio da Silva Cordeiro se apresentou à Polícia Civil no início desta semana.
Três indiciados ainda são procurados pela Polícia Civil: José Augusto de Figueiredo Ferreira, Benedito Luiz Figueiredo de Campos e Guilherme Augusto Ribeiro. Denúncias que possam levar ao paradeiro dos foragidos podem ser feitas ao número 197, com sigilo garantido.
Um sétimo investigado foi identificado no curso da operação e indiciado. Trata-se de José Lauro Tiago, que ainda não havia sido citado.
Crimes
A investigação da Derf Cuiabá apurou que a vítima foi abordada pelo grupo na Avenida República do Líbano, no estacionamento de um posto de combustíveis, na Capital.
Na sequência, o pai da vítima recebeu uma ligação telefônica, feita do aparelho celular do filho, onde o interlocutor dizia que credores queriam receber dívidas contraídas pela vítima.
O pai chegou a oferecer um veículo avaliado em R$ 80 mil, contudo, os acusados teriam dito que a camionete não quitaria a dívida. A vítima, receosa pela sua integridade física e de seus familiares, isentou os cobradores no dia em que foram conduzidos à delegacia, em flagrante.
A investigação apurou que Bruno Rossi teria sido o responsável por armar o encontro com a vítima e, no local combinado, restringiram a liberdade e iniciaram as extorsões e agressões.
A vítima permaneceu por horas em poder dos acusados sendo agredida, conforme as investigações. “As ações foram registradas com a finalidade de humilhar e difundir o modo de execução do crime com o anseio de assumirem um papel de justiceiros”, explicou o delegado Guilherme de Carvalho Bertoli.