THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e outras três pessoas por supostos crimes de associação criminosa, utilização indevida de serviços públicos e inserção de dados falsos em sistema de informações por 62 vezes.
A denúncia refere-se ao caso de fura fila da vacina contra a Covid-19 durante a pandemia, “atendendo interesses próprios e de terceiros”.
Além de Emanuel, foram denunciados o irmão dele, Marco Polo de Freitas Pinheiro, o “Popó”, o ex-chefe de gabinete Antônio Monreal Neto e o ex-secretário-adjunto de Gestão na Saúde de Cuiabá, Gilmar Souza Cardoso.
A denúncia é assinada pelo promotor Carlos Roberto Zarour Cesar e foi encaminhada à Turma de Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
No documento, o promotor ainda pede a perda de cargo de Emanuel e dos demais denunciados, além reparação monetária dos danos causados pelos supostos crimes.
De acordo com a denúncia, Emanuel seria o “chefe” da associação criminosa. “Era ele quem recebia os dados do núcleo político e de pessoas de seu próprio interesse”, descreveu o MPE.
O “núcleo político”, segundo denúncia, era formado por Popó e Antônio Monreal. “Eles tinham a função de receber os pedidos e fazer o filtro das pessoas consideradas como ‘importantes’ para serem atendidas pela associação criminosa'”.
Gilmar, por sua vez, é acusado de integrar o “núcleo operacional”. “Ele era o responsável por inserir os dados falsos na plataforma de vacinação a pedido do prefeito e dos outros integrantes”.
“O Chefe do Poder Executivo Municipal se aproveitou do cargo público que ocupa para beneficiar a si próprio e a pessoas ligadas direta ou indiretamente a ele. Os elementos de prova colhidos nos autos demonstraram que, para alcançar o seu desiderato, Emanuel Pinheiro (Prefeito de Cuiabá/MT) valeu-se de pessoa da sua estrita confiança, seu irmão Marco Polo de Freitas Pinheiro, que atuava como verdadeiro longa manus do alcaide, bem como de ocupantes de cargos estratégicos (servidores) na Prefeitura de Cuiabá/MT”, diz a denúncia.