THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O jovem Rafael Campos Barbosa Nakamura, de 23 anos, que foi baleado na nuca pelo próprio pai, morreu na tarde desta segunda-feira (22) no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
O caso ocorreu na última terça-feira (16), em Cotriguaçu, no noroeste de Mato Grosso.
A vítima foi socorrida para uma unidade de saúde de Juína em estado gravíssimo, sendo depois transferida para Cuiabá, onde estava em uma unidade de tratamento intensivo.
O pai de Rafael, identificado como Samuel Pires Barbosa, de 45 anos, se apresentou à unidade da Polícia Militar do Distrito de Nova União no dia dos fatos, entregou a arma e alegou que o disparo teria ocorrido acidentalmente, durante uma discussão com o filho.
Contudo, depoimentos colhidos na investigação e análise de provas materiais apontaram que o disparo feito pelo pai contra o filho foi proposital.
Os policiais apuraram, ainda, que o acusado apresentava um histórico de agressões contra a família.
Ele foi preso em flagrante e encontra-se recolhido em uma unidade prisional de Colniza.
Conforme a Polícia Civil, o acusado responderá pelos crimes de posse e porte ilegal de arma de fogo e homicídio consumado.
Histórico de agressões
Buscas realizadas na residência do suspeito, semana passada, resultaram na apreensão de outra arma de fogo, um rifle de calibre 22, com cinco munições intactas, corroborando a suspeita de posse irregular de armas.
Testemunhas relataram um histórico de agressões do pai contra seus filhos e a esposa.
Depoimentos colhidos pela Polícia Civil apontam que o investigado já havia dito, quando comprou a arma de fogo, que o primeiro em que ele atiraria seria o filho Rafael.
Os relatos apontaram ainda que ele agredia filhos e a esposa com fio de ventilador, queimaduras, choques e que chegou a quebrar um prato na cabeça de um dos filhos, quando este tinha apenas cinco anos de idade.
Paralelamente à investigação do homicídio, a Delegacia de Cotriguaçu instaurou outro procedimento para apurar as agressões cometidas pelo investigado contra os membros da família e ele poderá responder também pelo crime de tortura.