A pesquisadora Ana Paula Paes projetou que Mato Grosso pode registrar até 50°C em pouco tempo, se nada for feito para diminuir as consequências do aquecimento global.
O cenário crítico foi apresentado durante o 1º Seminário de Mudanças Climáticas, realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJMT) em colaboração com a concessionária de energia (Energisa), em Cuiabá, entre segunda (30) e terça-feira (1º).
O objetivo do seminário é discutir e colocar em prática, ações para tratar a emergência climática atual.
Ana, que tem doutorado e pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), revelou que o clima vem apresentando eventos cada vez mais extremos e regiões como o Centro-Oeste, provavelmente, se tornem inabitáveis entre 2030 e 2050, registrando temperaturas insuportáveis.
“Nós já temos nessa região, estados com temperaturas críticas. Mas, estamos percebendo que o clima vem apresentando eventos cada vez mais extremos”, disse.
A pesquisa destacou que o estado sofreu com oito ondas de calor, com variações de cinco a dez graus acima da média, neste ano.
Ela apontou também, que 2023 foi considerado o ano mais quente de todos os tempos no mundo e 2024 pode superar, já que em setembro do ano passado, temperaturas acima dos 40°C duraram até uma semana, enquanto neste ano, praticamente o mês inteiro ultrapassou a marca.
Outro efeito apontado pela pesquisadora é o aumento da conta de energia elétrica, já que o consumo de energia é elevado em até 60%, pelas ondas de calor causarem maior esforço de equipamentos de refrigeração.
A falta de chuva também aumenta o uso de fontes mais caras de geração de energia, as termelétricas.
“Já temos pessoas morrendo pelo mundo. Já temos um impacto econômico. Isso tudo mostra a importância de discutir agora como vamos como sociedade, mitigar os efeitos do aquecimento do planeta. Essa é a hora”, refletiu Ana Paula Paes.