THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
A Justiça Eleitoral acolheu uma representação da Polícia Federal e autorizou a quebra de sigilo de dados de dois celulares apreendidos na Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, por suspeita de que detentos teriam intimidado eleitores da cidade a votarem em candidatos escolhidos pelo Comando Vermelho.
A decisão é assinada pela juíza Aline Luciane Ribeiro Viana Quinto Bissoni, da 46ª Zona Eleitoral de Rondonópolis.
De acordo com a representação, os dois celulares foram apreendidos no presídio no dia 18 de setembro.
A PF afirmou que “há indícios de que detentos faccionados vinculados ao Comando Vermelho estariam usando dos celulares para intimidar eleitores a votarem em candidatos específicos escolhidos pela facção. Ressai dos autos que uma das ordens emanadas pelos aprisionados era o registro fotográfico dos títulos eleitorais, como forma adicional de amedrontamento das vítimas”.
Na decisão, juíza autorizou o amplo e irrestrito acesso ao conteúdo constante da memória dos celulares, inclusive aos já apagados e que possam ser recuperados.
“Assim, tendo em vista que o(s) aparelho(s) telefônico(s) poderia(m) estar sendo utilizado(s) para a prática dos crimes apurados neste procedimento, é imprescindível a autorização de acesso aos dados constantes nos dispositivos apreendidos, a fim de auxiliar nas investigações”, diz trecho da decisão.
A investigação está em segredo de Justiça e, por isso, não há detalhes como a identificação dos candidatos ou dos faccionados envolvidos no suposto esquema.