sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
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LAVAGEM DE DINHEIRO

PF afasta servidores e bloqueia R$ 1,8 milhão de investigados por venda de sentenças em MT

Entre os alvos estão pessoas ligadas ao desembargador afastado João Ferreira Filho

THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (20), a 2ª Fase da Operação Sisamnes, que  investiga o crime de lavagem de dinheiro decorrente do esquema de venda de decisões judiciais em Mato Grosso.

Entre os alvos estão pessoas ligadas ao desembargador afastado João Ferreira Filho.

São cumpridos mandados de busca e apreensão, afastamento das funções públicas de servidores do Poder Judiciário, proibição de contato e saída do país, recolhimento de passaportes, além do bloqueio de R$ 1,8 milhão dos investigados e o sequestro dos imóveis adquiridos por um magistrado.

A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a investigação,  foram detectadas sucessivas operações imobiliárias suspeitas promovidas pelos investigados, com aparente propósito de dissimular a origem ilícita do dinheiro utilizado para financiar a compra de imóveis residenciais e de veículos.

O nome da operação faz referência a um episódio da mitologia persa, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.

A venda de sentenças

Os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho  foram afastados das funções em agosto por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acusados de envolvimento com venda de decisões judiciais.

No mês passado, eles foram alvos de mandados de busca e apreensão na primeira fase da Operação Sisamnes. Desde então, os dois magistrados estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica.  Eles também tiveram os passaportes apreendidos, além de bloqueio de bens e valores.

Na ação, a PF também prendeu o lobista Andreson Gonçalves, apontado como intermediário das vendas de decisões judiciais.

As investigações começaram a partir das conversas encontradas no celular do advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, em Cuiabá.

 

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