THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (União) afirmou nesta quinta-feira (6) que não haverá tolerância para irregularidades cometidas dentro das forças de segurança do Estado.
A declaração foi dada após a deflagração da Operação Office Crimes – A Outra Face, da Polícia Civil, que teve como alvos cinco policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato do advogado Renato Gomes Nery, em Cuiabá.
Em um vídeo publicado no Instagram, o governador ressaltou que os militares terão direito à defesa, mas destacou que a prisão demonstra o compromisso do Estado com a transparência e a justiça.
“Esses policiais vão ter o direito de se defender. Entretanto, com essa prisão, nós mostramos claramente que o programa Tolerância Zero é Tolerância Zero para fora e para dentro. E que vamos, sim, cortar na carne qualquer irregularidade cometida dentro das nossas forças de segurança”, afirmou.
Mendes destacou que a Polícia Militar já instaurou uma comissão processante para acompanhar as investigações e garantiu que caso os militares sejam considerados culpados, serão expulsos e responsabilizados judicialmente.
“A Polícia Militar já abriu uma comissão processante que vai acompanhar as investigações, independentes da Polícia Civil, e se forem culpados, realmente eles vão ser expulsos e receber o tratamento que qualquer um que comete crime tem que receber no Estado de Mato Grosso”, assegurou.
Apesar do episódio, o governador reafirmou a confiança no trabalho da maioria dos profissionais das forças de segurança.
“Reafirmo aqui a minha convicção, a minha crença no trabalho da grande maioria absoluta dos nossos profissionais, das forças de segurança de Mato Grosso, que são homens sérios e todos os dias trabalham para defender, arriscando a sua vida, a sociedade de Mato Grosso”, concluiu.
Veja vídeo:
A operação
Além dos policiais, também foi alvo da operação um homem identificado como Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado como o executor do crime. Ele é caseiro de uma chácara no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.
Conforme a Polícia Civil, até o momento, foram presos quatro militares e o executor. Um policial encontra-se foragido.
No total, a Justiça determinou o cumprimento de oito mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária e dois de busca e apreensão.
As ordens foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo).
A arma de fogo e a motocicleta utilizadas no homicídio foram apreendidas.
O crime
Nery foi assassinado aos 72 anos com sete tiros na cabeça no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que ele foi baleado. Nas imagens, é possível ver um homem aguardando o advogado, que, após ser atingido, cai no chão.
Renato foi encaminhado a uma unidade de saúde, onde passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.