DA REDAÇÃO
A Polícia Civil revelou que parte da propina exigida por vereadores de Cuiabá para beneficiar uma construtora responsável pelas obras do Contorno Leste teria sido negociada e paga em espécie no gabinete de um dos parlamentares na Câmara da Capital.
Foram alvos da ação – e estão afastados de suas funções – os vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL). A polícia não revelou em qual dos gabinetes teria ocorrido o pagamento.
Os crimes são apurados na Operação Perfídia, deflagrada por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR), na manhã desta terça-feira (29).
Ainda segundo a polícia, outra parte dos valores da propina teria sido paga em uma conta indicada pelos vereadores.
As investigações tiveram início a partir de denúncia recebida pela DECCOR em 2024, noticiando que vereadores teriam solicitado a propina a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste.
A prática estaria relacionada à aprovação de um projeto legislativo que viabilizou o pagamento de dívidas da Prefeitura com a empresa.
A obra está orçada em R$ 125 milhões e foi lançada à época da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Alvos
Além dos vereadores, um empresário e dois funcionários da construtora são alvos da operação. Ao todo, foram 27 ordens judiciais.
A Justiça determinou o bloqueio de bens, sequestro de valores e quebra de sigilos telefônicos e eletrônicos dos envolvidos.
Os investigados também estão proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e servidores da Câmara, bem como de frequentar o órgão legislativo ou o canteiro de obras do Contorno Leste.
Também foi determinado o recolhimento de passaportes e a proibição de deixar a cidade sem autorização judicial.