A vereadora Edna Sampaio (PT) protocolou nesta terça-feira (12) na Câmara de Cuiabá um pedido de cassação do mandato do colega Tenente Coronel Paccola (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar.
O documento foi encaminhado à Comissão de Ética e Decoro do Legislativo.
A vereadora disse que Paccola usou a tribuna da Casa – nas sessões ordinárias dos dias 31 de março e 7 de abril – para fazer discursos de ódio.
No documento, Edna alega que o vereador disse possuir e portar armas e munição suficientes para enfrentar “quinhentos petistas”, além de ter afirmado que “vagabundo tem que morrer mesmo, ir para a vala”.
“Mais que chulos, os termos empregados pelo denunciado são uma afronta à Declaração Universal dos Direitos Humanos, à Constituição da República Federativa do Brasil, à Lei Orgânica Municipal e, sobretudo, ao Código de Ética e Decoro Parlamentar desta Câmara Municipal”, diz o documento.
A parlamentar disse que não se pode naturalizar o ódio como política.
“Como nós, vereadores, podemos tratar com naturalidade o discurso de ódio de um parlamentar eleito pela população para representar democraticamente os interesses da população e vem reivindicar que sejamos um estado policialesco, que mata as pessoas?”, questionou Edna.
Ela argumentou ainda que nenhum vereador está “autorizado” a se valer da prerrogativa parlamentar para abusar do direito à palavra e conspirar contra a democracia e a vida das pessoas.
“Não podemos naturalizar o ódio como política. Essa defesa odiosa do armamento, como se houvesse pessoas humanas e não humanas. Isso é inadmissível. Não me intimida quem vem aqui, posando de muito machão, reivindicar o direito de matar”, concluiu.
Outro Lado
O vereador tenente coronel Paccola se posicionou a respeito do pedido e disse que, “partindo do PT”, ele tem a convicção de que está no caminho correto.
“Entendo que faz parte da representação política e o desejo dos eleitores da Vereadora este pedido, sabendo ela fazer muito bem o trabalho de representação política, nós somos o antagonismo da direita e da esquerda na Câmara Municipal de Cuiabá”, disse.
Veja nota na íntegra:
“Vindo do PT este pedido de Cassação eu tenho absoluta certeza que me se sinto convicto que estou no caminho certo. Não absorvo nada do que não tem o que se absorver. Relevo tudo que venha de onde não tem nada de relevante para minha vida pessoal, profissional ou familiar.
Entendo que faz parte da representação política e o desejo dos eleitores da Vereadora este pedido, sabendo ela fazer muito bem o trabalho de representação política, nós somos o antagonismo da direita e da esquerda na Câmara Municipal de Cuiabá.
Deixo claro que não aceito negociar assuntos que são relacionados a imposição de ideologia de gênero, liberação de drogas, liberação de aborto e o cerceamento do direito ao Armamento Civil.”