Os conceitos de Open Finance e Open Banking vêm ganhando espaço na mídia. Para quem já ouviu falar de ambos, mas não sabe o que significam, nós explicamos. Para começar, vale entender que os dois termos se relacionam a um sistema de compartilhamento de dados de usuários do sistema financeiro nacional.
Desde 2021, o Banco Central vem implementando no Brasil o Open Banking, mas, nesse período, o termo expandiu para o Open Finance. Enquanto o Open Banking se relaciona apenas com o compartilhamento de informações entre instituições bancárias, o Open Finance expande essa ideia para outras instituições do mercado financeiro.
Assim, dentro do conceito de Open Finance, estão incluídas outras empresas que comercializam produtos e serviços financeiros, como corretoras de investimentos, seguros e previdência, câmbio e adquirência, oferecendo ainda mais autonomia e segurança aos usuários com relação ao compartilhamento de dados.
Esse movimento de compartilhamento, por enquanto, envolve apenas alguns produtos, mas o objetivo do Banco Central é estender isso a todo e qualquer serviço que envolva o sistema financeiro. O principal objetivo da inovação é dar mais liberdade para os consumidores e a possibilidade de receberem ofertas de acordo com os seus perfis.
Evoluções do mercado financeiro para o consumidor
O Brasil já vem experimentando desde 2020 uma mudança em suas relações comerciais, sobretudo com a implementação do Pix, uma forma de pagamento eletrônico instantânea e gratuita que é institucionalizada pelo Banco Central do Brasil a pessoas físicas e jurídicas. Os impactos da implementação do Pix foram positivos, dado o ganho de praticidade, conveniência e flexibilidade com essa nova alternativa para transferência de valores.
“Daqui a pouco, todas as transações vão poder ser feitas de forma similar. Hoje, o grande ganho do consumidor com todas essas evoluções do sistema financeiro nacional é a autonomia: ele escolhe como deseja operacionalizar. Essa flexibilidade e velocidade são positivos para o consumidor, que pode fazer transações a qualquer hora do dia, a qualquer momento. E, com o Open Finance, vai haver um movimento de integração ainda maior”, explica.
Papel do cooperativismo de crédito
Essas transformações significativas que envolvem o Open Finance podem contribuir
com o desenvolvimento e fortalecimento do cooperativismo. Atualmente, as
cooperativas de crédito como o Sicredi oferecem diversos serviços de meios de
pagamento, além de um amplo portfólio que inclui investimentos, seguros,
consórcios e outros produtos financeiros.
Nas cooperativas, mais do que cliente, quem se relaciona é associado e têm direito
ao voto nas decisões tomadas em assembleias, além de receber a sua participação
nos resultados anuais da cooperativa, proporcional à sua movimentação financeira.
O fato de as cooperativas de crédito estarem no Open Finance pode fazer com que
mais pessoas as acessem e conheçam esses diferenciais.
Com o novo sistema, há, portanto, a possibilidade de fomentar uma relação e oferta
de serviços financeiros que levam em consideração as verdadeiras necessidades do
consumidor, baseadas em seu comportamento de consumo. O Open Finance pode
trazer benefícios aos indivíduos e às instituições financeiras.
“Para o Sicredi e seus associados esse é um movimento positivo, pois a sociedade
ganha muito ao conhecer e participar do cooperativismo de crédito, que tem o papel
de agente de inclusão financeira e muitas pesquisas já mostram isso. Em 2020, a
Fipe fez uma pesquisa sobre os benefícios econômicos do cooperativismo na
economia e trouxe dados importantes: nos municípios onde tem ao menos uma
cooperativa de crédito, a renda per capita é 5,6% maior, houve a criação de 6,2% a
mais de vagas de trabalho formal e aumento no número de estabelecimentos
comerciais em 15,7%”, exemplifica a especialista.
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