A vereadora Edna Sampaio (PT) afirmou que o tenente coronel Marcos Paccola (Republicanos) “apresenta risco aos parlamentares” e defendeu seu afastamento da Câmara.
Nesta segunda (4), a petista irá protocolar junto à presidência e à Comissão de Ética da Casa uma representação por quebra de decoro parlamentar com pedido de afastamento cautelar de Paccola.
O pedido é baseado no crime ocorrido na última sexta-feira (1º), quando o vereador atirou e matou o agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa.
No documento, Edna argumenta que a conduta de Paccola extrapola qualquer limite suportável, avilta e rebaixa a Casa Legislativa e representa um risco aos demais parlamentares.
“O vereador representado atentou contra o decoro parlamentar, com a prática de repugnante conduta fora desta Casa de leis, cuja prática deve ser punida com a perda do cargo de vereador”, diz trecho do documento.
A parlamentar também citou outro pedido de cassação contra Paccola apresentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e protocolado por ela em abril deste ano, após os pronunciamentos feitos pelo parlamentar na tribuna da Câmara.
Naquela ocasião, Paccola afirmou que ‘vagabundo tem que morrer mesmo, ir para a vala’.
“[…] requer-se o processamento da presente representação, com imediato afastamento, por esta Presidência, do representado, com posterior remessa desta representação, ao Conselho de Ética para prosseguimento do feito, onde serão produzidas as provas de direito”, diz a representação.
Discurso contra arma
Em entrevista à imprensa nesta manhã, a vereadora ainda disse que o episódio envolvendo Paccola é oportunidade de reflexão em relação ao porte e o uso de armas.
“As investigações vão apontar se houve dolo por parte do vereador, mas o fato é que isso não teria acontecido se não houvesse arma no local. A Câmara e a Comissão de Ética precisam ser provocadas para tomar uma atitude e que este episódio sirva de exemplo para nós cidadãos de que o porte de arma coloca todo mundo em situação de insegurança”, disse.
“Se um policial altamente treinado, da cúpula da PM não conseguiu atirar para imobilizar, imagina um cidadão comum?”, questionou.