A Justiça extinguiu a sentença que condenou a tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur a um ano de prisão, em regime aberto, pelo crime de maus-tratos contra o aluno Rodrigo Claro.
Rodrigo morreu após um treinamento aquático da corporação, em novembro de 2016, na Lagoa Trevisan, ocasião que sofreu diversos “caldos” praticados pela tenente. Ela foi condenada em setembro de 2021, cinco anos após os fatos.
A decisão é assinada pelo juiz João Bosco Soares da Silva, da 11ª Vara Criminal de Justiça Militar.
Ele acolheu recurso da defesa de Ledur, que argumentou que a pena aplicada já prescreveu, tendo em vista que entre a data de denúncia e a publicação da sentença já se passaram cinco anos.
O magistrado explicou que a pena de um ano ou menor que dois anos prescreve em quatro anos.
Ledur foi denunciada pelo crime contra Rodrigo Claro em julho de 2017 e sua sentença de condenação só foi publicada em agosto de 2022.
O caso
Rodrigo morreu no dia 15 de novembro de 2016, cinco dias após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios.
Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.
Durante a realização das aulas, Rodrigo queixou-se de dor de cabeça. Após a travessia a nado na lagoa, ele informou ao instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado, retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões, vindo a morrer alguns dias depois.
Thaiza Assunção – Da Redação