O Ministério Público Eleitoral, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral em Mato Grosso, ajuizou notícia de inelegibilidade contra o deputado federal e candidato ao Senado, Neri Geller (PP).
A intenção é que o registro de sua candidatura seja indeferido, ou em caso de ser eleito, o diploma seja cancelado.
O político se tornou inelegível por 8 anos – contados a partir de 2018 – depois de ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em decisão na noite da última terça-feira (23).
Por unanimidade, os ministros apontaram abuso de poder econômico nas eleições de 2018. Geller é acusado de fazer triangulações com doações de empresas, por meio da conta do filho, Marcelo Piccini Geller.
O pedido do MP Eleitoral contra o político foi ajuizado pelo procurador Regional Eleitoral Erich Masson.
Caso seja aceito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), todos os atos de campanha serão vedados, assim como a não utilização de tempo no rádio e televisão.
A PRE pede ainda que, caso o registro da candidatura seja indeferido, que todos os valores do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que eventualmente tenham sido transferidos para a conta de campanha do candidato, sejam devolvidos.
“Considerando que a decisão proferida pelo colegiado do Tribunal Superior Eleitoral condenou o candidato por arrecadação e gastos ilícitos de recursos (fonte vedada) e abuso do poder econômico, cassando seu diploma e tornando-o inelegível pelo prazo não exaurido de 08 anos, a contar da eleição (2018), resta configurado óbice ao registro de candidatura”, citou o procurador regional eleitoral.
Sem recuo
Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (24), o deputado Neri Geller disse que não recuará da disputa ao Senado na eleição de outubro deste ano.
“Eu não tenho nenhum motivo para recuar, pelo contrário. Se o nosso grupo definir, vamos para cima. E agora diferente, com o chicote na mão”, afirmou.
“Fui cassado nesse caso de forma injusta. Não vou sair pela porta dos fundos, porque não devo uma vírgula. Se acham que vão dar W.O., estão enganados”, emendou.
Na ocasião, ele disse respeitar o Poder Judiciário, mas afirmou que, neste caso, os ministros teriam sido induzidos a erro pelo Ministério Público Federal.
Ele disse que irá recorrer da decisão assim que o acordão do julgamento for publicado pelo TSE.