A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (27), a Operação Febre de Ouro, contra um grupo que extraía ouro ilegalmente de garimpos clandestinos em Rondônia. Ao todo, a PF cumpriu 14 mandados em Cuiabá, Juína, Várzea Grande, Poconé, em Mato Grosso, e Porto Velho e Ariquemes.
Outras medidas cautelares foram cumpridas, com o objetivo de que os “investigados assumam o compromisso legal, sob pena de prisão, de proibição de manter contato com outros investigados e obrigação de comunicar ao Juízo eventual mudança de endereço e comparecimento a todos os atos do inquérito policial e da ação penal”.
Durante a ação, foram apreendidos 19 veículos, joias e quatro armas de fogo.
Também foi determinado pela Justiça o sequestro de mais de R$ 900 mil em contas bancárias, aplicações financeiras e investimentos em ações.
Investigações
De acordo com a PF, as investigações começaram em 2020, com a prisão em flagrante de um homem em Ji-Paraná (RO). Na ação, a polícia encontrou, no interior do veículo, ouro sem qualquer documentação que comprovasse sua origem. Segundo a perícia, o ouro apreendido foi avaliado em R$ 560 mil.
Com os avanços das investigações e com a implementação de diversas técnicas investigativas especiais, a PF conseguiu “constatar a presença de uma organização criminosa com estrutura e divisão de tarefas”.
Foi possível verificar que o ouro extraído ilegalmente era declarado à ANM (Agência Nacional de Mineração) como se fosse proveniente de área permitida.
Segundo a PF, após declarar o metal, a organização criminosa praticava diversas operações financeiras, inclusive em contas bancárias de terceiros, “para dificultar o rastreamento dos valores, fatos que configuram, em tese, os crimes de usurpação de patrimônio da União, lavagem de capitais e organização criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 23 anos”.
Febre de Ouro
A Polícia Federal explicou que o nome da operação, denominada: ‘Febre de Ouro’, “refere-se ao período histórico em busca deste minério visando fortuna”.