THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O prefeito de Tapurah, Carlos Alberto Capeletti (PSD), que foi afastado por 60 dias pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o magistrado se considera um “Deus”.
“A minha esperança é que se tome alguma atitude, porque juridicamente não existe o que fazer. Por mais que eu possa ter advogados, entrar com defesa, eu tenho certeza que quem vai julgar é o ‘imperador.’ Ele [Moraes] se intitulou Deus, não é mais nem imperador. Ele se colocou acima de todos no País”, disse em entrevista à rádio Jovem Pan.
“Então, dificilmente terá algo que a justiça vai fazer por alguém. Ou seja, não temos mais justiça, é uma ditadura total”, acrescentou.
A decisão de Moraes foi dada nesta quarta-feira (7) no processo que trata dos bloqueios de rodovias e atos em quartéis que ocorrem em todo o país desde a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.
Consta no documento, que prefeito gravou um vídeo incitando comerciantes e empresários do agronegócio aqui de Mato Grosso a seguirem para Brasília, no feriado de 15 de novembro, para uma “batalha final” contra o resultado das urnas.
Na entrevista, Capeletti disse que não instigou ninguém, mas defendeu a intervenção das Forças Armadas contra o que ele caracteriza como “ditadura no País”.
“Tem gente cansando, mas vai e entra outro. Estamos esperando respostas. Essa ditadura não pode mais existir no Brasil. Então, as Forças Armadas têm sim que fazer alguma providência, senão a própria população vai se revoltar contra as Forças Armadas a partir de agora”, afirmou.
“Me afastar não muda nada. Nós temos um entendimento muito bem com o vice lá. A prefeitura anda normal. Ele só faz com que eu tenha mais coragem, mais vontade de fazer com que a população fique cada vez mais forte em frente aos quarteis pedindo uma resposta”, pontuou.