A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (24), em Cuiabá, a Operação Kalýpto contra integrantes de uma facção criminosa acusados de sequestrar e assassinar quatro jovens do Maranhão.
As vítimas desapareceram há quase dois anos, no bairro Jardim Renascer, na Capital.
No total, a ação policial cumpre 18 mandados de prisão temporária e de busca e apreensão.
A investigação, coordenada pelo delegado Caio Fernando Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP) de Cuiabá, reuniu diversas informações coletadas durante inúmeras diligências realizadas na Capital e também no estado do Maranhão, que levaram à identificação dos envolvidos na execução dos quatro rapazes.
As ordens judiciais da Operação Kalýpto são cumpridas em endereços na Capital e contam com apoio da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil.
Suposto desaparecimento
As vítimas vieram do Maranhão para Mato Grosso em busca de trabalho devido à escassez de oportunidades no estado nordestino.
Em Cuiabá, conseguiram trabalho com salário e podiam suprir as despesas de alimentação e moradia.
Tiago Araújo, 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, 20 anos e Clemilton Barros Paixão, também de 20 anos, desapareceram no dia 02 de maio de 2021, de um conjunto de quitinetes onde moravam, no Jardim Renascer, em Cuiabá.
Os quatro foram retirados do local por um grupo armado.
Tiago e Geraldo eram irmãos, Clemilton cunhado deles e Paulo era amigo dos três.
No dia seguinte, familiares de duas vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim pelo desaparecimento.
Quatro dias após o desaparecimento, a Polícia Civil recebeu informações de que um morador do Jardim Renascer teria suposto envolvimento com o sumiço das vítimas.
Coação de familiares
Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, supostamente porque essas conheciam faccionados no estado do Maranhão, os integrantes da organização criminosa responsável pelas mortes também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá.
Mortes
A investigação da DHPP apurou que as vítimas foram cruelmente mortas – sofreram decapitação, amputação dos dedos e uma delas foi atingida por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com disparos na nuca.
Os investigados responderão pelo homicídio triplamente qualificado – impossibilidade de defesa, motivo torpe e meio cruel – além de ocultação de cadáver, sequestro e integração de organização criminosa.
A DHPP realizou inúmeras buscas por indícios que pudessem levar à localização dos corpos das vítimas, que permanecem desaparecidos até o momento.
“Em se tratando de crimes praticados por integrantes de organização criminosa, a busca do maior e melhor suporte informativo possível é necessária para esclarecer o completo rol de autores e respectivas condutas, assim como as demais circunstâncias dos fatos, inclusive, para a localização dos corpos”, destacou o delegado Caio Fernando.
Nome da operação
Kalýpto vem do grego e significa cobrir, esconder ou velar.