sexta-feira, 8 de novembro de 2024
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OPERAÇÃO ALTER EGO

Advogados davam suporte a grupo criminoso que extorquiu comerciantes no interior

Polícia Civil indicia 140 investigados de organização criminosa responsável pelo tráfico na região de Primavera do Leste

A Polícia Civil de Mato Grosso indiciou 140 criminosos investigados por falsidade ideológica, tráfico de drogas e organização criminosa e que foram alvos da Operação Alter Ego. A ação foi deflagrada em dezembro do ano passado, em Alta Floresta.

Esta foi a maior operação realizada nos últimos anos no estado, com o cumprimento de 244 mandados judiciais, sendo 100 de prisão e 144 de buscas e apreensões.

Dos 70 criminosos presos, todos permanecem detidos preventivamente.

Os principais alvos são integrantes de uma organização criminosa envolvida em crimes como tráfico de drogas, furtos, roubos e homicídios em Primavera do Leste e região.

Segundo o delegado Rodolpho Bandeira, da Derf de Primavera do Leste, a investigação identificou os dois líderes da organização, junto com dois advogados que atuavam para o grupo criminoso.

“Foi uma força-tarefa em conjunto que possibilitou à Polícia Civil identificar todos os envolvidos na organização que praticava, principalmente, o tráfico de drogas, além de outros crimes como furtos, roubos e homicídios na região, inclusive, extorquindo comerciantes da cidade a pagar a ‘taxa de segurança’”, destacou o delegado.

Investigação

O material probatório reunido em nove meses de investigações apontou que o grupo criminoso contava também com a ação de dois advogados, que agiam como integrantes ativos na organização.

Eles movimentavam e prestavam contas dos recursos financeiros das ações criminosas da facção conforme as determinações do líder L.M.S., que está preso em uma unidade penitenciária de Mato Grosso.

A estrutura da organização era dividida em funções que incluíam os postos de gerentes, responsáveis por armazenar e distribuir entorpecentes para os pontos de vendas e ainda receber os pagamentos dos traficantes e de membros que integravam a facção.

Além do comércio de drogas, a organização ainda coagia comerciantes de Primavera do Leste ao pagamento da taxa de segurança, que era cobrada para que não sofressem furtos ou assaltos em seus estabelecimentos.

A investigação apurou que os comerciantes eram obrigados a pagar R$ 100 mensalmente, pagos a uma pessoa que ia nos comércios buscar o dinheiro.

Uma vítima declarou à Polícia Civil que de apenas um estabelecimento, localizado na área central de Primavera do Leste, não era cobrada a taxa, porque a organização criminosa não tinha esse tipo de ‘negócios’ no centro da cidade.

Outros integrantes da organização ficavam responsáveis pela aplicação de eventuais sanções determinadas pelos líderes, como tortura física, execução de morte e ainda a prestação de algum tipo de serviço comunitário e pagamento de cestas básicas.

A investigação apontou ainda que o principal líder da organização falsificou um documento de identificação utilizando um sobrenome diferente ao seu de origem a fim de criar uma nova para se eximir da responsabilidade de suas práticas criminosas.

Indiciamentos

O inquérito indiciou L.M.S. pelos crimes de falsidade ideológica, tráfico de drogas e por integrar organização criminosa.

O outro líder do grupo, L.M. também foi indiciado por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa, considerando que ambos apresentam a função de liderança na facção criminosa.

Os demais 138 investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas e integração de organização criminosa.

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