A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a Operação Escama, contra uma associação criminosa voltada ao tráfico de entorpecentes, em Sorriso.
No total, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e seus de busca e apreensão em Sorriso, Sinop e Mirassol d’Oeste.
Entre os presos está o líder do grupo criminoso, que conforme a Polícia Civil trabalhava em uma farmácia de Sorriso.
Ele negociava no varejo as drogas fornecidas por, entre outros, um traficante de Mirassol d’Oeste, e depois repassava os pedidos a outro traficante da cidade, responsável por fazer a transação no atacado.
Conforme a Polícia Civil, o acusado estabelecia valores altíssimos na revenda dos entorpecentes, negociando maconha com lucro líquido de 550% nas transações.
“Após anotar as encomendas e recolher o pagamento de cada um dos pequenos traficantes, o líder do grupo repassava os pedidos ao fornecedor e depois era ressarcido a título de comissão por quilograma de droga vendida. Ele se referia à pasta base de cocaína como ‘peixe amarelo’ e à cocaína pura como peixe pintado”, explica o delegado responsável pela investigação, Bruno França.
Negociações
O envolvimento do suspeito com o tráfico foi apurado na Operação Xeque-Mate, deflagrada no ano passado.
Conforme a a Polícia Civil, ele usava a farmácia onde trabalhava para comércio ilegal de medicamentos controlados e falsificação de receitas médicas.
Os materiais reunidos na Xeque-Mate permitiram à Delegacia de Sorriso identificar que o criminoso atuava também no comércio não apenas de maconha, mas também de pasta base de cocaína.
Em uma das negociações com o atacadista, ele diz que precisa de 120 quilos de cocaína para enviar ao Pará e ‘reclama’ que às vezes não consegue ‘suprir a demanda’ de seus clientes traficantes e pede a reserva de mais cocaína para distribuir e que pegaria o dinheiro de forma antecipada, como precaução.
A análise das informações permitiu ainda à equipe de investigação identificar um traficante do município de Mirassol d’Oeste, um dos fornecedores de drogas para o líder da associação criminosa de Sorriso. A investigação chegou ainda a informações sobre contas bancárias de terceiros que a liderança usava para ocultar o dinheiro recebido com o tráfico de drogas.
“O investigado e líder do grupo se apresenta para população como um cidadão honesto, trabalhador e de poucas posses. Todavia, descobriu-se nas investigações que se trata de uma estratégia para não levantar suspeitas a respeito das atividades criminosas”, explicou o delegado.
Além do tráfico de entorpecentes, o investigado também passou a fazer a receptação de joias oriundas do tráfico. A Polícia Civil apurou ainda que a intenção do grupo criminoso era abandonar o comércio de maconha e se dedicar, unicamente, à venda de pasta base de cocaína e de cocaína.
O nome da operação é uma referência a uma das gírias usadas para se referir à cocaína de alta qualidade, pela forma como a droga se esfarela ao ser manuseada, semelhante às escamas de peixe.