quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
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TRAGÉDIA FAMILIAR

Pai de menina de 2 anos morta por disparo acidental responderá por omissão de cautela de arma

Arma estava guardada no fundo falso de uma gaveta em um móvel ao lado da cama do sargento

CAMILA RIBEIRO – DA REDAÇÃO

O sargento da Polícia Militar Elienay Pinheiro, pai da menina de 2 anos que morreu vítima de um disparo acidental, no bairro Santa Cruz, em Cuiabá, responderá pelo crime de omissão de cautela com a guarda de armamento.

A menina brincava com a prima, de 5 anos de idade, quando foi atingida por um disparo na cabeça e morreu.

A arma é de propriedade do pai da vítima e estava guardada no fundo falso de uma gaveta em um móvel ao lado da cama do sargento.

Em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (11), o delegado Olímpio da Cunha Junior afirmou que, no momento da tragédia, três crianças brincavam na residência e o sargento da PM era o único adulto presente no local.

“Tudo indica que as crianças estavam assistindo televisão e o dono estava preparando comida. Era o único adulto que estava no momento do fato. Foi apenas um tiro e o pai da menor irá responder perante o artigo 13 da lei 10.826, que é a omissão de cautela do armamento”, explicou o delegado.

Olímpio disse que não é o momento de fazer ilações a respeito do ocorrido. De todo modo, pontuou que, possivelmente, a menina de cinco anos pode ter mexido na gaveta e encontrado a arma.

“A arma é particular, o proprietário é um policial. Nós policiais, temos que ter arma para proteção pessoal e ele é uma pessoa que é habilitada. E, segundo consta tinha muito cuidado na guarda do seu armamento”, pontuou o delegado.

“Trata-se de uma arma calibre 38, com capacidade para seis munições e havia apenas uma deflagrada”, emendou.

“Tragédia familiar”

De acordo com o delegado Marcel Oliveira, as investigações feitas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) até o momento serão encaminhadas à Delegacia Especializada da Defesa da Criança e do Adolescente (Dedica).

“Estamos diante de uma tragédia familiar. Uma vítima criança de dois anos, sua prima, também uma criança, de cinco anos. A família está extremamente abalada. Essas crianças eram primas, conviviam, estavam ali juntas brincando. Ficar entrando em detalhes agora não vai mudar. A gente tem uma criança morta, outra criança extremamente abalada e qualquer outra coisa que dissermos agora vai ser acessório”, disse Oliveira.

“A DHPP, a Polícia Civil fez o que teve para ser feito de local de crime, das oitivas, tudo que foi feito foi necessário. E, consequentemente, a partir de agora, estamos à disposição dos órgãos judiciais, do Ministério Público”, concluiu.

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