CAMILA RIBEIRO – DA REDAÇÃO
O sargento da Polícia Militar Elienay Pinheiro, pai da menina de 2 anos que morreu vítima de um disparo acidental, no bairro Santa Cruz, em Cuiabá, responderá pelo crime de omissão de cautela com a guarda de armamento.
A menina brincava com a prima, de 5 anos de idade, quando foi atingida por um disparo na cabeça e morreu.
A arma é de propriedade do pai da vítima e estava guardada no fundo falso de uma gaveta em um móvel ao lado da cama do sargento.
Em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (11), o delegado Olímpio da Cunha Junior afirmou que, no momento da tragédia, três crianças brincavam na residência e o sargento da PM era o único adulto presente no local.
“Tudo indica que as crianças estavam assistindo televisão e o dono estava preparando comida. Era o único adulto que estava no momento do fato. Foi apenas um tiro e o pai da menor irá responder perante o artigo 13 da lei 10.826, que é a omissão de cautela do armamento”, explicou o delegado.
Olímpio disse que não é o momento de fazer ilações a respeito do ocorrido. De todo modo, pontuou que, possivelmente, a menina de cinco anos pode ter mexido na gaveta e encontrado a arma.
“A arma é particular, o proprietário é um policial. Nós policiais, temos que ter arma para proteção pessoal e ele é uma pessoa que é habilitada. E, segundo consta tinha muito cuidado na guarda do seu armamento”, pontuou o delegado.
“Trata-se de uma arma calibre 38, com capacidade para seis munições e havia apenas uma deflagrada”, emendou.
“Tragédia familiar”
De acordo com o delegado Marcel Oliveira, as investigações feitas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) até o momento serão encaminhadas à Delegacia Especializada da Defesa da Criança e do Adolescente (Dedica).
“Estamos diante de uma tragédia familiar. Uma vítima criança de dois anos, sua prima, também uma criança, de cinco anos. A família está extremamente abalada. Essas crianças eram primas, conviviam, estavam ali juntas brincando. Ficar entrando em detalhes agora não vai mudar. A gente tem uma criança morta, outra criança extremamente abalada e qualquer outra coisa que dissermos agora vai ser acessório”, disse Oliveira.
“A DHPP, a Polícia Civil fez o que teve para ser feito de local de crime, das oitivas, tudo que foi feito foi necessário. E, consequentemente, a partir de agora, estamos à disposição dos órgãos judiciais, do Ministério Público”, concluiu.