domingo, 22 de dezembro de 2024
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PROCESSO EXTINTO

Mãe de Isabele se revolta com decisão: “Estão matando a minha filha novamente”

Decisão foi dada após a menor, hoje com 17 anos, concluir a medida socioeducativo que pesava contra ela

THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO 

A empresária Patrícia Hellen Guimarães Ramos criticou a decisão que extinguiu o processo de medida socioeducativa contra a adolescente que atirou e matou a sua filha, Isabele Ramos, em Cuiabá.

A decisão foi dada pela juíza Leilamar Aparecida Rodrigues, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude, após a menor, hoje com 17 anos, concluir a medida socioeducativo que pesava contra ela.

Em nota, Patrícia disse que a sensação é de que “estão matando a Isabele novamente”.

“É com muito pesar e uma tristeza profunda que recebi a notícia que a Justiça encerrou o processo contra a assassina da minha filha”, iniciou Patrícia.

“A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirado no chão sobre uma poça de sangue. Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente”, acrescentou.

A adolescente foi condenada em janeiro de 2021 a três anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Em junho do ano passado, porém, os desembargadores da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, mudaram o entendimento sobre o caso, alterando o crime de homicídio doloso para culposo, quando não há intenção de matar. Com isso, determinaram a substituição da medida socioeducativa de internação pela liberdade assistida, pelo prazo mínimo de seis meses.

“Como pode a ‘Justiça’, simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?”, questionou a empresária.

Veja a nota na íntegra:

 É com muito pesar e uma tristeza profunda que recebi a notícia que a Justiça encerrou o processo contra a assassina da minha filha.

A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirado no chão sobre uma poça de sangue.

Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente.

Como pode a “Justiça”, simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?

Lembrem-se que, o que aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer família!

Saibam que jamais me calarei e continuarei a minha luta para que a verdade dos fatos daquele terrível dia 12 de julho de 2020 seja restabelecida.

Não terei mais a minha Bele de volta e por isto, a minha alma chora e clama por justiça.

Patrícia Hellen Guimarães Ramos

Morte de Isabele

Isabele Ramos, então com 14 anos, morreu com um tiro no rosto dentro de um banheiro na casa da acusada, no Condomínio Alphaville, em Cuiabá.

O crime aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), no caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, conforme a denúncia, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.

A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.

Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.

Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.

O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.

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