O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou as sete pessoas envolvidas no sequestro e morte da candidata a vereadora Rayane Alves Porto e sua irmã Rithiele Alves Porto, em setembro deste ano em Porto Esperidião.
De acordo com a denúncia, elas foram assassinadas mesmo após os sequestradores receberem R$ 11 mil de resgate, que foram pagos por amigos e familiares.
Também foram vítimas do grupo os jovens Roebster Alves Porto, Higor Felipe Bazan e Victor Allan Sanches.
Foram denunciados Rosivaldo Silva Nascimento, Maikon Douglas Gonçalves Roda, Ana Claudia Silva, Lucas dos Santos Justiniano, Adrian Ray Rico Lemes da Silva e Rosicléia da Silva. Eles vão responder pelos crimes de organização criminosa, tortura, sequestro mediante resultado morte, no caso das irmãs, e lesão grave em relação à vítima Roebster Alves Porto.
A denúncia inclui ainda Matheus da Silva Campos, que vai responder por organização criminosa e tortura.
O grupo contou com a participação de pelo menos oito adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, que também já foram alvos de representação pela prática dos atos infracionais.
Segundo o MPE, os acusados são pessoas ligadas a uma facção criminosa e tomaram conhecimento de uma postagem em rede social na qual as vítimas Rithiele, Rayane e Roebster aparecem fazendo um gesto com as mãos.
Na visão dos denunciados, tal gesto seria uma alusão a uma facção criminosa rival.
“Por esse motivo, os denunciados se associaram para forçar as vítimas a comparecerem ao chamado ‘tribunal do crime’ e lhes aplicarem um ‘salve’. Essas expressões referem-se à prática de submeter pessoas a uma espécie de julgamento interno da facção criminosa, onde se avalia se as vítimas agiram em desacordo com os interesses da organização”, diz um trecho da denúncia.
A atuação foi monitorada por meio de chamada de vídeo por um detento que exercia a função de liderança do grupo.
Os denunciados estão presos nas cadeias públicas de Araputanga, Cáceres e Cuiabá. A denúncia foi oferecida à Justiça no dia 1º de outubro.