THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
A prefeita de Barão de Melgaço, Margareth de Munil (União), está entre os alvos da Operação Gomorra, que investiga um esquema de fraudes a licitação e desvio de recursos do município por meio da aquisição de combustível.
A operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (7) pelo Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), grupo operacional permanente formado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Polícia Judiciária Civil.
No total, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão.
Margareth, que foi reeleita na eleição deste ano, foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Outro alvo da operação é o empresário Edézio Correa, que foi preso temporariamente.
Ele já havia sido denunciado pelo Ministério Público na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.
Também são alvos de prisão temporária: Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, Eleida Maria Correa, Waldemar Gil Correa Barros, Janio Correa da Silva e Roger Correa da Silva.
A operação desta quinta apura uma suposta adulteração de notas, utilização de “cartão coringa” como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço em Barão de Melgaço e em várias prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso.
De acordo com o Naco, as investigações realizadas até o momento demonstram que proprietários de quatro empresas, todas com a participação de um mesmo núcleo familiar, já firmaram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais, num valor total que chega a R$ 1,8 bilhão.
Ainda conforme o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais.
Foi verificado, durante a investigação que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.
A análise dos contratos, segundo o Naco, também demonstrou diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes. Em um dos casos, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.
Delator
Edézio Corrêa foi um dos delatores da 5ª fase da Operação Sodoma, deflagrada em 2017 para investigar a gestão Silval.
Em sua delação, ele afirmou que participou do suposto esquema de fraudes em licitação no governo Silval para “abater” os prejuízos que tinha com pagamento de propina à Secretaria de Estado de Administração (SAD).